sexta-feira, 27 de julho de 2007

1993: ano de eleições na Madeira

Mal começei no jornalismo (sou daqueles que para ter carteira tinha de ir ao sindicato...) o meu primeiro chefe de redacção, Henrique Correia, mandou-me "colar-me" ao PSD e aos actos do governo regional. Eu, com 20 anos, a escrever sobre o "senhor presidente", sobre a figura truculenta, imparável, emotiva, por vezes grosseira. O meu baptismo correu bem. Passado uns meses e quando fazia a cobertura de um jantar/comício na Ponta do Sol, depois de duas inaugurações na Ribeira Brava, juntei-me ao grupo de Jardim, em amena cavaqueira. Na altura o PSD queria recuperar Machico e Porto Santo, nas mãos do PS. Referindo-se à ilha Dourada, Jardim disse mais ou menos isto: «Não me importo que o Zeca (candidato do PS) ganhe, porque me entendo bem com ele, ao contrário do parvo do Cândido (PSD)». Eu gelei! Havia notícia, eu estava lá, ele não me pediu segredo, por isso ia publicar! Manchete no DN. Admiração: nenhum colega de nenhum órgão escreveu uma linha, sob a justificação de "aquilo era uma conversa privada". Se fosse hoje não o faria, porque na verdade tratava-se de um desabafo, num grupo, que ouvi, anos depois, "n" vezes aos políticos de cá e de lá. Sobre a postura dos meus colegas da altura...bem façam as vossas leituras.
Depois disso passei a ser persona non grata nos comícios, nos jantares, na sede do PSD. Era frequente Jardim referir-se a mim como elemento da PIDE ou da rua do Surdo (sede do PS). Os desenvolvimentos foram de tal ordem que safei-me a tempo de uma tareia num jantar em S. Vicente.

De volta a outro comício, não me lembro onde, outra tirada, desta vez em cima do palco e de microfone na mão: «As câmaras que não forem do PSD não levarão um tostão do governo», mais ou menos. Nova manchete. Silêncio nos outros órgãos de comunicação... Conclusão: a oposição em peso foi recebida em Belém por Soares...E daí?


A questão designada Madeira tem de ser analisada de vários prismas. A inteligência tem de vencer a emotividade.

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Frase II


«O homem não morre quando deixa de viver, mas sim quando deixa de amar» - Charles Chaplin

Para pensar (I)

«Temer o amor é temer a vida e os que temem a vida já estão meio mortos»- Bertrand Russell

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Indignação

Como português da Madeira entendo que tudo está a ficar muito perigoso naquela região. Autónoma mas não independente. O que se passou ontem na Assembleia Legislativa da Madeira só é comparável a alguns parlamentos asiáticos. As declarações, tomadas de posição para defender o indefensável, demonstram o enraizamento da cultura típica das ditaduras. O inenarrável Jaime Ramos lá foi chamado para vilipendiar um deputado comunista, uma ilustre desconhecida deputada do PSD afirmou que o "papel da mulher é procriar"... Valha-nos o deputado do PND que citou Natália Correia (sobre o Morgado capado).

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Uma "pérola" da Pérola

As nuvens, o cinzento que se abate sobre mim, incomoda-me. Odeio a humidade. Fugi da "Pérola do Altlântico", em boa parte, por causa do tempo peganhoso (como lá se diz). O "capacete" da Madeira irrita-me. Chega mesmo a mandar para as calendas as lindas paisagens que a minha terra tem. Com este tempo, a minha renite complicava-se (e lá se iam bombadas de Pulmicort+Claritine). Mas do que eu gostava mesmo eram dos "escaldas pés" à noite. Com a bacia cheia de água à ferver lá vinha a minha mãe com indicações concretas: «Mete aqui os pés». E lá me esfregava as rodas de limão pelas pernas. Depois vinham os bafos (vapores). Uma delícia insular. Um remédio caseiro que me aconchega(va) a alma! Por estas bandas é tudo mais "frio".

A propósito da "Pérola", outra "pérola", desta feita protagonizada por Jardim Ramos, secretário regional dos Assuntos Sociais: a Madeira não cumpre a lei da República sobre a IVG porque ainda (?!) não recebeu todos os pareceres jurídicos, que vai enviar depois ao Tribunal Constitucional. Em que ficamos? Brilhante!

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Quem responde?

Quem tem medo dos seus próprios medos? Quem arrisca? Ou têm medo dos vossos próprios medos?

Nota: o meu estado de espírito alterou-se. Preocupado, mas estou contente porque o meu pai está, aparentemente melhor!

Todos os medos


Sinto-me estranho, esgotado, titubeante

(e este Sol envergonhado de Julho)

Sinto-me um pouco sem chão, hesitante, assustado

Queria estar junto ao mar, de cara à brisa

Por que será que temos medos dos nossos próprios medos?

quarta-feira, 18 de julho de 2007

O nome aos bois

Parece brincadeira. Mas não é! Os madeirenses não têm acesso à Linha Saúde 24! Mais uma vez a reboque da IVG, uma mulher da Madeira, Portugal, não pode dissipar as suas dúvidas, confidencialmente numa linha do Estado (ou patrocinada), paga também com os seu impostos.
O que faz Sócrates? Que faz Cavaco? Até agora, assobiam para o lado. Este desrespeito à Lei, às mulheres (católicas, agnósticas, etc.) atinge limites perigosos. Como madeirense que sou, julgo que chegou à hora: quer a Madeira ser ou não independente? Adoraria ver a posição de Jardim. É que de parvo o homem não tem nada.

terça-feira, 17 de julho de 2007

Até quando?

Desta feita é a IVG. Já assistimos a tanto delírio por parte de Alberto João Jardim, desde o boicote ao negócio da banana à perseguição que Bush pai fez à Madeira, passando pelos ataques da Maçonaria... É nisto que o homem falha. Mancha uma obra notável, reconhecida, por este tipo de questões. Mas quem é o Governo Regional da Madeira para não cumprir uma lei da República? Onde está o Presidente da República? Pode-se contestar leis, mas por que será sempre assim? Ou todos não saberemos qual será a resposta do Tribunal Constitucional? Numa terra vincadamente católica, posições destas são aplaudidas e ele (Jardim) sabe e tira partido disso. Mas o Estado português não é laico? E o direito dos outros? Que raio, porque tem o poder político, legitimado é certo, de se intrometer desta forma na vida das pessoas? É tudo política da mais demagógica e populista. Quem atira a primeira pedra?

domingo, 15 de julho de 2007

Nebulosidade

Li, no DN de quinta passada (?) uma data de opiniões de directores de jornais - o que não é, na verdade, a opinião da maior parte dos jornalistas -sobre a polémica em torno do Estatuto.
Às tantas dizia-se, na extensa notícia, que uma série de "reputados jornalistas" (ou coisa parecida) se tinham juntado num movimento de contestação e que enviaram uma missiva ao PR. Estamos mal: já sabia da existência de castas dentro da profissão. Para mim jornalistas são todos os que têm carteira profissional - incluindo, pasme-se, Rúben de Carvalho, deputado, candidato, funcionário do PC...., Maria Elisa, Delgado e outros - mesmo as que foram emtidas pelo sindicato. Era assim há uns anos atrás, quando me iniciei. Até quando a profissão vai gravitar à volta de tantos interesses, muitas vezes personalizados pelos tais notáveis? Não haverá gente, de base, com força para enviar o seu descontentamento ao Parlamento? Para que, de uma vez, seja criada uma entidade (uma só) com poderes disciplinares, em que o Estado delegue a regulamentação da profissão? Quem tem medo disso? Não serão, alegadamente, esses comissários que por aqui andam a lançar mais petróleo para a fogueira? Não serão, muitos directores que, alegadamente, negoceiam recibos verdes de acordo com a cor dos olhos da jornalista que está sentada à sua frente? O Povo, esse, continua sereno. Ámen!

Nota: O que se diz em cima é pura ficção face a qualquer semelhança que exista na realidade.

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