quinta-feira, 31 de julho de 2008

Mais à esquerda é impossível

Alberto João Jardim ditou: os preços dos combustíveis vão passar a ser fixados pelo Governo Regional na Madeira. Bravo! Político arguto, não perde tempo em teorizar sobre a cartelização no mundo do negócio do pretróleo. Na sua ilha quem manda são os políticos. Ele, que foi eleito por esmagadora maioria, em eleições livres e justas. Mais à esquerda não pode estar o homem que mais vitórias tem dado ao PSD. Lá é mesmo ele que "põe a Madeira em marcha". Admirem-se que continue a ganhar...Ora tomem! Até o PS local lhe dá razão.

Enigma

Que dirá este homem, aparentemente sereno, e despido do seu disfarce de 13 anos ao Tribunal Penal Internacional, em Haia? Responsável por diversos crimes hediondos, Radovan Karadzic rapou a barba, cortou o cabelo e vestiu "Gant" para a foto. Hitler também gostava de pintar flores e crianças...

Foto: BLIC.CO.YU in El Mundo.Es

Cavaco abandona?

Cavaco Silva poderá estar de saída do Palácio de Belém. Diversas fontes amigas têm sublinhado que, nas redacções e em surdina, fala-se de que Presidente da República prepara, há já algum tempo, a sua renúncia ao cargo, por motivos de doença. Nada foi, contudo, confirmado. Falando de cenários e a acontecer a saída de cena de Cavaco será uma machadada séria em tempos conturbados. Cavaco conseguiu granjear a simpatia e até apoio da generalidade da população e forças vivas. A realizar-se este hipotético abandono quem se perfilhará para lhe suceder? Tanto a direita como a esquerda terão muitas difuldades em apoiar um candidato consensual: será que Alegre arrisca de novo? Júdice pelo centro-direita?

terça-feira, 29 de julho de 2008

Sensaborona

Tem um ar cândido, doce até, mas não seguro. Porta-se bem, responde com parcimónia, fala baixinho e não levanta ondas de maior. É assim a ministra da Saúde, Ana Jorge. Com "panihinhos quentes" e uma assessora de imprensa eficiente defende o SNS até à morte, mesmo sabendo que as "coisas" não vão bem. Num país do "deixa andar" esta ministra encaixa bem. Dá entrevistas "levezinhas" e não chateia. É como o paracetamol. Quase todos o podem tomar...

Facto do dia

"Sargento Luís Gomes dá autógrafos em feira de enchidos" - in SOL on line. Comentários porquê e para quê?

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Costa de Caparica

Para um ilhéu ir a banhos no "rectângulo" é uma tarefa árdua. Em redor de Lisboa a escolha é grande, mas a porcaria é em igual proporção. Admito: nunca me habituei a estas praiais (excepção para algumas do Algarve e Guincho, sem vento). O vento a percorrer a areia e a bater-me na cara, a toalha sempre num "s", a água gélida. Sou um autêntico "betinho" no que a banhos diz respeito. Habituado ao Lido, Barreirinha, Ponta Gorda e Praia Formosa é um suplício ceder a um mergulho nestes lados. Mas o que me incomoda mais é a lixeira que circunda as praias, os acessos, a falta de infra-estruturas de apoio. Não compreendo como podem autarquias e governo votarem ao abandono uma costa única. Como podem as praias da Costa da Caparica (continuarem) a serem servidas por caminhos de terra, pela mesma estrada que entope todas as saídas? Como pode não haver um bar de jeito, asseado? Os portugueses são pouco exigentes. Em muitas matérias é (sempre) mesmo "à zé povinho": garrafão numa mão e guarda-sol noutra. Quantas vezes melhor comer com os pedregulhos do antigo Gavinas ou com o petróleo do mar do Arsenal! Na Madeira, claro.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

A vidinha (triste) da nossa Imprensa

Nem é necessário folhear com cuidado a Imprensa portuguesa, nem estar atento ao que se passa nos canais televisivos, para adivinhar os grandes temas do dia. É já quase um exercício diário eu “bater” no “ceguinho” de eleição deste blogue. Na verdade custa-me viver sem os media e não consigo abdicar totalmente da sua companhia, mas incomoda-me o caminho que seguem há uns anos para cá. Ontem o tema do dia voltou a ser Maddie. Gonçalo Amaral, limpinho, arrumadinho, acarinhado agora pelos mesmos que o trataram como um “reles” funcionário público esteve na SIC e na RTP para falar dos “factos que estão no processo”. Aparentando cuidados com a sua imagem (mudou de gravata e penteou-se), discorreu sobre a sua teoria – com muitos “alegadamentes” pelo meio – de que a menina britânica está morta e de que os pais foram responsáveis pelo desaparecimento do corpo. Amaral é livre de escrever sobre as suas investigações, como os McCann também o são de o processar por danos morais. Estes relacionamentos mediáticos são irritantes. De besta, Gonçalo Amaral, passou a ser bestial. Do homem sorumbático, com hábitos estranhos e apreciador de almoços longos e bem regados, passou a ser o novo justiceiro português. Os media têm o dom de também formar as pessoas. Infelizmente, como também no caso da pequena Esmeralda, têm sido de uma parcialidade horripilante. Uns mais que outros, mas todos meteram “argoladas”. Agora não se admirem de serem chamados à Justiça. Uma coisa é investigar, cruzar informação, comparar, estudar e depois publicar. Outra é, pela rama, dar à estampa suposições. Mas é assim (em quase todo) o nosso jornalismo actual. As notícias são repescadas, as manchetes repetidas.

PS1: Ainda hoje o Expresso on-line noticia, como “exclusivo” uma notícia que faz manchete no Diário Económico…de hoje. O comatoso Semanário Económico destaca uma informação de dias… Enfim, é esta a nossa Imprensa.

PS2: Aplauso para a excelente série "Conta-me como foi", a passar em horário nobre, todos os dias na RTP1. Em reposição, mas deliciosa. A ver!

A sina de se chamar SÁBADO

A revista SÁBADO chegou para destronar a acomodada VISÃO. Daí para cá tem sido um “vê se te avias” de quem consegue mais audiências. Na última edição, a SÁBADO faz manchete com o sugestivo título de “Médicos viciados”. Uma delícia. Ler a “reportagem” é um acto heróico para o leitor mais exigente. A pobreza dos factos apresentados nem daria para o mísero 10 com que muitos alunos escapam às orais da faculdade. A revista lança a suspeita, generalizada, sobre uma classe hiper-corporativa, sem brio, atabalhoadamente. Fala de um cirurgião que opera bêbado, dando umas pistas miseráveis sobre quem possa ser. São páginas triviais que não vem acrescentar nada de novo em que o cuidado maior é produzir os prós e os contras das substâncias inseridas por alguns clínicos. Num país à séria a revista teria de se explicar às autoridades competentes. O erro não está em denunciar, está em apontar o dedo, baseado num manto de retalhos. Eu, como muitos, gostava de saber em que zona do país está o maior número de médicos “perigosos”. Em que concelhos, em que faixas etárias, etc. Já agora lanço o desafio: e que tal a SÁBADO fazer uma reportagem alargada no “Snob”, a partir da 1 da manhã. Pode ser em qualquer dia da semana. Garanto que vai encontrar muito viciado…em jornalismo e noutras coisas.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

"Afinal a juíza é mesmo minha amiga"

Este é o título de um trabalho da Ana Bela Ferreira no DN de hoje. É um exemplo de péssimo jornalismo. A frase é imputada à menor Esmeralda Porto, alvo de disputa entre os pais afectivos e o pai biológico. Nenhum órgão de comunicação social deve tomar partido desta forma. A frase, para mais, não foi dita pela criança à jornalista, mas sim à mãe afectiva, que por sua vez contou ao marido... e este soltou-a para os media. Lamentável.

CPL(quê)?

Os meninos já aprendem na escola o que é a CPLP, o que faz, para que serve, como foi criada? Não, não e não. Saberá o simples e médio cidadão português o que quer dizer a sigla? Atrevo-me a apostar que 90 por cento não acerta. A organização nasceu em coma e assim se mantém. Os sucessivos governos portugueses vão fazendo umas reuniões, umas cimeiras, mas para quê? Que importância na Europa, para a ONU? Zero. Nem importância tem para nenhum país integrante. É um depósito de diplomadas na reserva ou na prateleira. O Brasil, mais entretido na Mercosul, assobia o lado e Moçambique sossega na commonwealth. Angola está sob a mira dos norte-americanos e o resto, sem ofensa como é óbvio, é paisagem. Nem a esforçadinha comunicação social lhe dedica muita atenção. Até quando esta farsa?

quarta-feira, 23 de julho de 2008

In dubio pro reo

É uma das frases tutelares do Direito. "In dubio pro reu": na dúvida absolve-se. Não poderia ser de outra forma. Por mais que custe é melhor soltar um criminoso que manter preso um inocente.
No caso de Madeleine McCann muito se diz, se escreve, se teoriza. Por mais arreliador que seja para nós todos o desaparecimento da criança, não pode a Justiça seguir outra via que não seja o de arquivar o processo. Quase nada aconteceu de palpável, de consistente. O que não implica que a investigação policial tenha sido bem feita. Muitas dúvidas pairam no ar. O ex-pj Gonçalo Amaral vai lançar um livro sobre a sua verdade dos factos. O ex-responsável pela investigação do caso põe no texto o que não disse aos mais altos dignatários da Nação. Disse-o, talvez, aos seus superiores hierárquicos, mas numa história que "apaixonou" a opinião pública mundial, uma carta certeira escrita ao PGR ou mesmo ao PR não tereria eco? Fica a dúvida, na certeza de que o livrinho vai ser dos mais vendidos do ano.

O facilitismo da SIC N

Venha o canal de notícias da TVI. Não que tenha esperança de que muito vá mudar para melhor na oferta noticiosa televisiva, mas há mais uma opção. Pelo menos isso. A Opinião Pública de hoje de manhã da SIC N foi dedicada a... João Vieira Pinto. O homem pendurou as chuteiras e por isso tem direito a uma hora de comentários. Não havia mesmo necessidade. É que na entrada para férias ainda há umas notícias (fraquinhas) que podem ser exploradas: a detenção de Karadzic, a visita do mais democrata presidente venezuelano a Lisboa que, por mero acaso, acontece hoje. Será que o meu amigo António José Teixeira anda a dormir? Ou será que o convenceram de que a malta (povão) quer mesmo é futebol?

terça-feira, 22 de julho de 2008

Alípio, o retaliador

Alípio Ribeiro, ex-director da Polícia Judiciária vem agora dizer que o processo de Madeleine McCain, encerrou "cedo". Isto é, não deveria ter sido arquivado. Ou este sr. andou a brincar quando comandava a "Judite" ou toma-nos por parvos. Em que ficamos, sr. procurador? Quer uma retaliaçãozinha? A vingança é um dos oito pecados mortais...

The beast

O antes e o depois. Karadzic disfarçou-se à boa maneira dos cobardes. Este homem escondeu a sua própria identidade. Para um psiquiatra esperava-se melhor. Acabou como quase todas as grandes bestas: às mãos do caçador.

O carniceiro

A História mundial está pejada de bandidos, de personagens más, mesquinhas, doentias, que cometem durante períodos mais ou menos longos atrocidades inenarráveis e mórbidas. Após Hitler, a Europa encontrou uma dessas bestas, de seu nome Radovan Karadzic, que semeou o terror na ex-Jugoslávia, entre 1992-1995, tendo sido o arquitecto do massacre que matou 8 mil muçulmanos em Srebrenica. Cobarde, tal como Hitler, andou a monte desde então. Após treze anos de fugas tipo gato e rato, deitaram-lhe a mão, em boa hora. Este médico carniceiro vai ser responsabilizado pelo TPI. Aguardamos castigo exemplar. Se se redimir, melhor, mas Karadzic já vez saber que se vai manter em silêncio, como todos os ditadores, que só executam com as costas bem guardadas.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Náusea

A SÁBADO volta ao ataque. Crente nos números (?) que lhe dão a primazia nas vendas, a revista que mais cresce (?) em Portugal - qualquer dia afunda a VISÃO - oferece-nos mais um guia: desta vez com o sugestivo título: "os 15 recantos mais tranquilos do Alentejo". Para os interessados um alerta: os preços praticados pelas unidades visitadas pela revista não são nada modestos. Onde está a crise, afinal? Começa a causar náusea a insistência de, religiosamente, todos os verões, a SÁBADO voltar com este tipo de reportagens, que para mim, não são notícia.

As confissões de Fátima

Fátima Campos Ferreira dá, esta semana, uma grande entrevista à revista Tabu, do semanário SOL. "Intimidades" revela-lhe um destaquezinho da deliciosa prosa: "Devo meter medo a muita gente. Um convidado já me disse: 'Quando a senhora olha para nós... até tremo'". Paradigmático.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Roupa suja

Se algum dia me candidatasse a um cargo público teria, primeiro, de fazer um exame introspectivo a tudo que se tinha passado na minha vida: se fui multado por conduzir bêbado, se roubei um chocolate no supermercado, na idade da parva, se atirei uma pedra a um menino quando tinha 5 anos, etc., etc. Só depois de esse registo íntimo e pessoal e, também, com o criminal na mão, avançaria. Todos teriam de saber se “pequei”, se fumei erva ou se andei de chupeta até aos 10 anos. Feita a revelação pública, ninguém poderia criticar-me. Estava “limpinho”. O que parece não ser o caso do famigerado bastonário da Ordem dos Advogados. Marinho Pinto, ex-jornalista, atira em tudo o que mexe. Faz alarido na praça pública, chama nomes feios e diz, por outras palavras, que há máfia, na OA. Segundo o DN de hoje, Marinho, eleito como “advogado de província” também comeu do “bolo” da formação ao ter sido, ele próprio, formador de estagiários de Coimbra. Mais, salvaguardou 40 mil euros, como subsídio de reintegração após a saída da ordem. O “provinciano” não brinca. Nesta história toda há a reter dois factos: quem tem telhados de vidro não atira pedras aos outros e o que pareciam ser denúncias graves e sustentadas, afinal e até aqui, não têm passado de..ar. Quem disse que os provincianos não são (também) uns artistas? Alegadamente, sr. Bastonário.

Mediocridade nacional

Os jornais têm vertido muita tinta com o doutoramento do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais. Em causa está a composição do júri de exame, que congrega dois sócios de escritório. É lamentável que alguém permita que isto aconteça. Desacredita o próprio Carlos Lobo, os sócios/professores e as universidades. O problema não está no facto do homem estar agora no Governo, mas na mediocridade da nossa sociedade, bem vincada neste caso. Mas entra na cabeça de alguém que o júri será imparcial? Não podemos resumir o assunto ao simples facto de saber se o homem é ou não capaz de se doutorar. Acredito que sim. Mas os métodos, por mais pinos que dêem, estão viciados. A publicidade só acontece porque Lobo é secretário de Estado. O que mais me incomoda é que situações como esta existem aos molhos neste país, em que quem conhece alguém tem sempre uma safa. Nem que seja amigo do amigo… A reter.

Pelo cano?

João Adelino Faria vai sair do Rádio Clube Português. O ex-pivot da SIC N está de malas aviadas para a RTP N, onde será – tenho a certeza – uma excelente mais-valia. Mas parece que não sai só: outros jornalistas vão bater com a porta. Em tempos, fonte amiga confidenciou-me que onde o Luís Osório (director do RCP) põe a mão há desgraça. Parece que a sina se vai repetir após o falhado projecto de reabilitar A CAPITAL. Osório, segundo a mesma fonte, tem “costas largas”. Confesso não saber de quem. Mas na verdade acaba sempre em mais um projecto para…arruinar.

terça-feira, 15 de julho de 2008

E a montanha que pariu um...?

Afinal não vai haver duelo. Nem ao Sol, nem na barra do tribunal. O processo judicial que opunha Baptista-Bastos (BB) a Alberto João Jardim foi anulado, porque as partes chegaram a bom entendimento. Segundo o advogado de AJJ tal foi possível porque ambas são pessoas de "bom senso". Os argumentos de BB vertidos numa coluna de opinião do Jornal de Negócios, de que "fascista grotesco" é apenas uma das pérolas atiradas a Jardim, são agora outros: o jornalista-escritor apressou-se a dizer, "à porta" do tribunal que não queria ofender a honra de Jardim. O processo caiu mas - calma - BB não "pediu" desculpas a AJJ... Tudo isto é estranho e só se explica porque BB foi, alegadamente, avisado pelo seu advogado que o melhor seria mesmo suavizar a crítica ao "sr. das ilhas", senão perderia parte do seu aforro numa mais que provável indemnização. Neste caso, o destemido escriba fez mesmo um recuo. A montanha acabou por parir...nada... Aguardo, serenamente, pela próxima crónica de BB. Até porque o que desencadeou tal polémica - o comércio dos chineses e indianos - anda por lá, pela Madeira...

segunda-feira, 14 de julho de 2008

A ironia de Jaime Gama

Só quem não conhece minimamente a segunda figura do Estado poderá pensar que Jaime Gama adormece e acorda a pensar em Alberto João Jardim. Quando diz e reitera que o presidente do GR da Madeira é um “combatente político em democracia” está coberto de razão. Que se saiba Portugal é um país democrático e a Madeira faz parte de Portugal. Jardim tem o dom de se combater a ele próprio, já que ninguém lhe dá luta. O homem gosta de fanfarra e Gama, politico hábil e inteligente, alimenta-o. Pelo menos não cai na ridicularia de dizer que, na Madeira, só há banana e barracas. E não aprenderam?

Elucidado

Por uma vez que seja, na vida, somos comunistas. Nas lutas estudantis, no gosto literário, na ideologia. Em Portugal o Partido Comunista tem sobrevivido a todos os sismos que varreram quase do mapa os congéneres europeus. Mas tem o PC se adaptado ao rumo dos dias? Não. Infelizmente, não. Já era conhecida a sua posição face ao regime cubano e ao norte-coreano, mas ficar a saber, reiteradamente, que não condenam de forma veemente as FARC foi, para mim, a gota que fez transbordar o copo, mesmo que seja o último romântico comuna a fazê-lo: Miguel Urbano Rodrigues. Ser de esquerda em Portugal – e eu não sei se sou – é uma difícil missão.

Poderá ser (mesmo) um caso sério

Manuela Ferreira Leite está a preparar-se para a guerra eleitoral do próximo ano. Ao que se consegue saber pelos jornais, a senadora, como os generais que preparam a batalha decisiva, está a munir-se de “boa artilharia” para esbater a fúria mediática já conseguida por Sócrates. Nomes como Alexandre Relvas, Paulo Mota Pinto, Sampaio e Mello (consultor de Barack Obama), António Borges e Mota Amaral (na retaguarda desde a saída dos Açores) podem causar sérios danos à estratégia do PS. Será desta que vamos ter debate à séria?

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Os devaneios da SÁBADO

Pela ganância das audiências, pela doidaria de querer ultrapassar a VISÃO a tudo o custo, a revista SÁBADO de 3 de Junho, trazia uma carta do leitor interessante. Eu gosto de ler as "cartas dos leitores", a voz do povo, o pulsar livre da malta, publicada nas primeiras páginas das revistas. Um senhor, Mário Ferreira de seu nome, malhou forte e feio na publicação do eng. Paulo Fernandes - o que detém também o campeão Correio da Manhã. Dizia o sr. Ferreira que a SÁBADO tinha mentido. Porquê? Porque pagou publicidade da sua empresa naquela edição e na folha anterior vinha uma crítica velada à dita. Confusos? Não. Eu explico: em mais um famigerado roteiro de Verão, a SÁBADO aconselhou os seus leitores a não frequentarem os cruzeiros Douro Azul. Antes, contudo, o seu proprietário desembolsou uns valentes milhares de euros para anunciar as virtudes da Douro Azul. A que isto chegou?

Quem paga?

Há uns anos atrás disse-me fonte bem informada que o Governo Regional da Madeira pagava ao Expresso cerca de 12 mil contos (não tenho a certeza da cifra) pelo livrinho que todos os anos o jornal dedicava à ilha. Nesse livrinho - extensivo às diversas parcelas do território nacional - vinham sugestões sobre as melhores estadias, restaurantes, cafés, tascas, etc. A mesma fonte, política, referiu-me que era um bom investimento por publicitar a Região no maior jornal do país. De acordo! Irremediavelmente, anualmente, repetidamente, as revistas VISÃO e SÁBADO oferecem aos seus leitores roteiros, camas, gastronomias, em edições dedicadas aos prazeres de Verão. Creio que a maior parte do nosso povo não tem dinheiro comer e dormir nos locais indicados, mas tenho uma dúvida que ninguém ainda me explicou: os proprietários dos hoteis e restaurantes visados pagam ou não pelas indicações nas revistas? A minha pergunta pode parecer inocente ou maldosa, mas gostava mesmo de saber. Assim quando estivesse a comprar a VISÃO e a SÁBADO teria a certeza de que são projectos, profundamente, dolorosamente, editoriais. Ou não...

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Circo, dêem-nos circo!

A parvalheira é de tal ordem que a SIC decidiu antecipar o debate do estado da nação para prime-time. O pior foi o circo. É só circo, é só promoção pessoal. Retiro daqui o programa da SIC-N com Maria Filomena Mónica, Helena Matos, Frei Bento Domingues e Clara Ferreira Alves (esta última não sei bem a que título). O melhor foi - uma vez mais - a pseudo-entrevista feita às 21H por José Gomes Ferreira a Medina Carreira, o pessimista-mor do reino. O homem é só desgraças, mas os media, em geral só querem disto: ruina, vingança, sangue. Disse mais do mesmo, perorou sobre os seus famigerados pergaminhos dramáticos. Na véspera dos deputados irem a banhos, a nossa comunicação social iniste em reduzir o debate quinzenal no Parlamento ao eventual duelo (que é isso?) entre Sócrates e Paulo Rangel, líder parlamentar do PSD e ilustre desconhecido da maioria dos portugueses. Tudo isto é mau demais, está podre. O polvo de interesses expande-se cada vez mais na agenda mediático. É a porcalheira no seu melhor. Entretanto, Sócrates suspira, boceja perante debates que não o são, perante a ausência de temas como a educação, saúde, emprego, etc. Mas quem encaixa na cabeça destes tipos, que são jornalistas, que terão de ser eles a começar a elevar a discussão? A nivelar por cima, senhores!

A dor do PM e o Correio da Manhã

Para mim o Correio da Manhã é um jornal sensacionalista (ponto). Leio-o por dever de ofício, mas sei o tipo de jornalismo que por lá é feito. Nos últimos dias o jornal tem dedicado parte do seu noticiário ao estado de saúde do irmão do primeiro-ministro, transplantado a um pulmão num hospital da Corunha. O assunto é notícia? É! O CM acompanha o caso com destaque, mostrando a vertente humana e emotiva de José Sócrates. Todos nós, humanos, têmo-la também. O que não cheira bem nesta história, nem para o CM nem para o PM é alimentarem uma dor pessoal, íntima. O CM exagera e o PM deixa que tal aconteça. Em situações normais o que deveria acontecer seria o jornal questionar a ministra da Saúde porque motivo tem um cidadão nacional de ir a Espanha fazer um transplante, sabendo-se que em Portugal há serviços para esse fim? Em 2002 escrevi um artigo extenso sobre o "estado dos transplantes". Fiquei siderado: aos pulmões a taxa é quase nula, por variados motivos. Disse-me na altura o responsável máximo pela organização de transplantes que só não se faziam mais em Portugal por falta de vontade política e porque os médicos não queriam. O sr. já faleceu. Chamava-se Mário Caetano Pereira e era... médico.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Não há volta a dar

Desisto: em Lisboa são contados pelos dedos (de uma mão) os locais que ofereçam ar livre, conforto e limpeza. É um stress saír de casa para beber uma bebida qualquer num sítio agradável. Os jardins estão porcos, são mal iluminados, os miradouros, também. Um pouco de esforço por parte da câmara municipal e dos comerciantes e talvez pudéssemos permanecer um pouco mais ao ar livre, nestes agradáveis fins de tarde. Um local digno, que recomendo é a cafetaria do Museu Nacional de Arte Antiga. Como não há bela sem senão fecha à segunda e só abre terça às 14h. Fecha às 20h. Vale a pena.

Hora de comunicar

Não vi as entrevistas de Manuela Ferreira Leite nem de José Sócrates, esta semana, a duas televisões. Mas pelo que leio, nenhum teve um rasgo ou uma prestação excepcional. Foram cautelosos, o que se compreende, observando a difícil conjuntura internacional. Neste jogo pré-eleitoral Sócrates tem mais a perder, porque é ele que governa. A crise externa não explica tudo. É possível fazer mais e melhor, com poucos recursos. Os bons governantes vêem-se na hora do aperto: é como governar uma casa com 500€/mês. Tal e qual. O governo pode fazer melhor na saúde, na educação, na rentabilidade dos serviços públicos, no anúncio de medidas que mostrem que está preocupado em reduzir a despesa, mesmo nas mais insignificantes. Chamar-me-ão demagogo, mas temos de começar por algum lado: porque motivo chefes de gabinete, directores-gerais, adjuntos e nalguns casos assessores têm direito a carro com motorista, para os ir por e buscar a casa? Porque motivo secretários de estado e ministros têm carro com gasolina paga nos fins-de-semana de lazer? Seria ridículo ver um responsável chegar para uma reunião no Palácio de Belém, vindo de eléctrico, mas porque não dão o exemplo e se fazem transportar na rede pública, nos táxis. O pior é começar. Com a escalada dos preços dos combustíveis e com os apelos à utilização de transportes públicos, por que raio tem de andar com motorista gente que foi apenas nomeada para exercer um cargo temporário? Garanto-vos que não é inveja. Façam as contas.
Na hora de pagar a conta do supermercado, a gasolina, os livros escolares e a consulta médica, o povo vai decidir. E aí Sócrates vai ser mais recordado que Ferreira Leite. De certeza.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

O céptico mor e a imprensa dócil

Henrique Medina Carreira é o mais cépitico dos portugueses. Ex-ministro das Finanças, advogado e não economista, como muitos dizem, passa o tempo a verberar contra as "trapalhadas" dos políticos, jornalistas, economistas. O homem é visceral, azedo. Sempre o foi. Por isso ainda "vende". O seu pensamento é conhecido há décadas, mas a Imprensa (alguma) teima em dar-lhe palco na esperança de mais uns pontos na audiência. Ontem, no Negócios da Semana, da SIC N, José Gomes Ferreira, subdirector de Informação da SIC, ouviu das boas. Medina Carreira era seu convidado mas não se coibiu de malhar forte e feio na comunicação social que dá tempo de antena "aos ministros que nem sabem articular palavras" e só dizem "disparates". Vocês, rematou Medina Carreira, "gostam deste espectáculo": ao vivo e em directo.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

O pesadelo

Ler alguma imprensa e ver os noticiários das nossas televisões é um autêntico acto de coragem. O Correio da Manhã, por exemplo, é o recordista na propaganda da desgraça (vende bem). Folhear o jornal causa dores de cabeça, angústia, stress, ansiedade e, se for de noite, insónias. Ele é facadas, tiros, acidentes. Tudo relatado ao pormenor. Quando não há fotos, faz-se um desenho para ilustrar a cena. Se o CM exagera neste género jornalístico(?) paupérrimo, os restantes também dão grande cobertura ao que é negativo. Não haverá notícias agradáveis sobre este país?

Portugal perdoa dívida de 250 milhões a Moçambique

Portugal acabou de perdoar o insignificativo montante de 250 milhões de euros a Moçambique, antiga colónia. Porquê? Apoiar o esforço de desenvolvimento? Interessante a nossa política de Cooperação.

O público e o privado

A ministra da Saúde entrou para o governo para acalmar as hostes, inflamadas por Correia de Campos. Ontem, a também médica Ana Jorge disse no Parlamento que em caso de acidente grave não iria a um hospital privado, mas sim a um público. Ficamos elucidados, sra. ministra. Uma perguntinha: porque porta entra V.Exa no hospital?

Não baixem o IVA, aumentem!

O governo de José Sócrates deu, provavelmente, o maior tiro no pé ao reduzir o IVA de 21 para 20%. São impulsos demagogos que devem ser maturados antes de anunciados. Como se constata a descida em nada altera a nossa vidinha e funciona como um placebo, um doce amargo em período pré-eleitoral. Eu sou dos que defendo o aumento da carga fiscal ou então de uma contribuição fixa ao Estado para garantir os mínimos dos mínimos. Se me derem em troca escolas e hospitais funcionais, serviços com altos padrões de qualidades, incentivos à formação e à compra de casa, salário justo, não me importo de dispender mais. Se não são capazes de gerir o dinheiro colectivo então entreguem-me os 11% da segurança social e IRS, que eu me arranjo no privado. E garanto que ainda poupo muito dinheiro.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Queres dinheiro, não (vás) ao Totta

Portugal adia-se, hipoteca-se diariamente. A economia não descola. O país está nos piores lugares das estatísticas em quase tudo: na carga fiscal, na educação, na saúde, na precariedade laboral, no endividamento das famílias. O que pagamos de impostos não retorna em bons serviços, em boas infra-estruturas. Todos falam, todos analisam mas poucos fazem reformas sérias. Quando leio que Portugal compete, fiscalmennte, com os países de leste, entristeço-me. É fraco demais. Tudo é muito rasteiro, muito superficial. Acho que a núvem depressiva está a atingir-nos como nunca. Assim não vamos lá...

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