sexta-feira, 25 de abril de 2008

Liberdade

O 25 de Abril é um daqueles dias que deveria constar sempre da agenda dos políticos, das escolas, das pessoas, do povo. É e será, polémicas à parte, o dia da Liberdade. Em tempos em que proliferam saudosismos torpes sobre Salazar e o salazarismo bafiento, obscuro, medroso, autoritário e retaliador, o 25 de Abril devia ser explicado e reexpplicado às nossas crianças e relembrado aos adultos, principalmente os que nasceram depois de 1974. A revolução foi a possível e constituiu um grito de quem estava na sombraceria do "regime". Quando outros países cresciam, desenvolviam-se economica e socialmente, Portugal adiava-se, pobre, sem chama, enterrado em guerras utópicas em África. Na minha terra a opressão, mais leve que cá, também fez as suas vítimas. Ninguém ousava falar de política nem reivindicar direitos. No distrito da Madeira havia governador civil e militar, um médico para todo o norte da ilha, poucas escolas nas zonas rurais, o ensino secundário era um luxo, apenas no Funchal, a mortalidade infantil galgava décimas nas estatísticas. Nessa penumbra os pobres e vagabundos eram afastados das principais ruas da capital quando qualquer sub-secretário de Estado visitava o distrito insular. Tudo mudou, tudo está melhor. A democracia, ainda débil em muitos aspectos, consolidou-se. Portugal ainda está longe do patamar desejável, mas isso também é fruto de quase meio século de atraso. Aos políticos exige-se mais qualidade, mais competências e visão. Mas é o que temos e isso é muito melhor do que havia antes do 25 de Abril.

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