A VISÃO voltou a conquistar-me com o último número (a SÁBADO da última quinta-feira é um nojo). Opinião, ensaio, Lobo Antunes. Quase tudo bom. Sónia Sapage publicou um artigo interessante sobre a geração dos trinta (a tal rasca, onde me incluo). Ao contrastar com as fotos, o texto chega a ser maçador. É a minha opinião. Os testemunhos são, quase todos, para mim, infelizes. (Vai começar a estar na moda mais um elemento do clã Lobo Antunes). Não percebo, por mais voltas que dê à cabeço porque não se fala da classe jornalística. Muitos dos "enrascados" trintões são também jornalistas, que ganham muito mal, que são alvo de chantagens, que estão a recibos verdes eternamente, que são seduzidos e maltratados pelas chefias, que não evoluem, que são obrigados a cumprir horários desumanos, etc. etc. Sobre isto a classe não fala. Mete a "cabeça na areia". Que exemplo se está a dar? O que se passa em muitas redacções é uma vergonha, mas ningém fala, ninguém denúncia, nem que seja anonimamente. Quando se fala do medo que propala na sociedade por criticar o Governo (o que não sinto), porque não se fala também do medo em não denunciar o que está mal no jornalismo? A classe está refém da "velha guarda", dos interesses económicos, do humor do "sargento" da redacção. Fala, denúncia, irrita-se com o Estatuto, com a Caixa, mas não expia os seus próprios males. Males de uma profissão. Até quando? Sei que alguns jornalistas "espreitam" este blogue. Respondam...
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