terça-feira, 29 de abril de 2008

O recado de Cavaco

Cavaco Silva, professor de Economia, mandou hoje um recado ao Governo e, mais concretamente, ao primeiro-ministro. Da Áustria o Presidente não teve problemas de comentar questões do Executivo. Por norma não o faz quando está no estrangeiro e costuma invocar o dever de "reserva", para ser mais eficaz. Feliz coincidência ou não, um dia após Manuela Ferreira Leite ter apresentado a sua candidatura à liderança do PSD, Cavaco pediu "cautela" e "cuidado" a Sócrates por causa do défice e das incertezas da Comissão Europeia face à economia nacional. A descida do IVA foi o mote. Ferreira Leite não o faria, Cavaco também não. José Sócrates fê-lo e levou o recadinho... de Belém. Sem reservas!

O PSD de Manuela

O PSD de Manuela Ferreira Leite não se aguentará muito tempo na S. Caetano à Lapa. Vai estancar os berros e os desvarios, mas não vai destronar Sócrates. Manuela está associada, para o bem e para o mal, a medidas impopulares, ao cavaquismo, ao elitismo. Não cria empatia e vai esforçada, como a própria reconheceu. Provavelmente porque o poder, no PSD, caiu na rua, com a liderança titubeante de Menezes. O "regime" laranja está com ela. Cavaquistas e barrosistas. O que não é assim tão bom sinal. Para penetrar nas bases e refrescar o eleitorado nacional o candidato teria, forçosamente, de ser outro.

sábado, 26 de abril de 2008

Quem fala assim...

José Mourinho está mais apostado em assegurar o seu futuro financeiro no sector da hotelaria, do que falar da "arte" que o celebrizou - o futebol. O "special one" vai abrir um seis estrelas no Algarve. No dia da Liberdade, lá foi ele, de capacete e colete visitar a obra. Claro está que tudo parou, qual revolução, quais discursos no Parlamento. Mourinho, na pose conhecida, lá foi dizendo que não quer treinar clubes portugueses nem a selecção. Suportado em muitos milhões afirmou que está a gostar da vida de desempregado e que não tem pressas. É caso para dizer: "quem fala assim não é gago". Será que recebe subsídio da Segurança Social?

Cavaco e os cravos

Aníbal António Cavaco Silva, Presidente da República, 68 anos de idade, não gosta de cravos. Vermelhos, entenda-se! Tanto como primeiro-ministro, agora como Chefe de Estado, Aníbal insiste em não colocar cravo na lapela no 25 de Abril. Porque será? Porque ficou tão chocado com a ignorância dos mais jovens sobre questões tão elementares da nossa História? Este ilustre cidadão, nascido em Boliqueime, não esteve em S. Bento durante dez anos? Que fez para mudar o cenário? Mas voltando aos cravos vermelhos, é quase uma provocação o representante da república, democrática, discursar perante os velhos capitães de Abril, ignorando o simbolo-mor da revolução. Pensará Cavaco que ainda está na Madeira?

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Liberdade

O 25 de Abril é um daqueles dias que deveria constar sempre da agenda dos políticos, das escolas, das pessoas, do povo. É e será, polémicas à parte, o dia da Liberdade. Em tempos em que proliferam saudosismos torpes sobre Salazar e o salazarismo bafiento, obscuro, medroso, autoritário e retaliador, o 25 de Abril devia ser explicado e reexpplicado às nossas crianças e relembrado aos adultos, principalmente os que nasceram depois de 1974. A revolução foi a possível e constituiu um grito de quem estava na sombraceria do "regime". Quando outros países cresciam, desenvolviam-se economica e socialmente, Portugal adiava-se, pobre, sem chama, enterrado em guerras utópicas em África. Na minha terra a opressão, mais leve que cá, também fez as suas vítimas. Ninguém ousava falar de política nem reivindicar direitos. No distrito da Madeira havia governador civil e militar, um médico para todo o norte da ilha, poucas escolas nas zonas rurais, o ensino secundário era um luxo, apenas no Funchal, a mortalidade infantil galgava décimas nas estatísticas. Nessa penumbra os pobres e vagabundos eram afastados das principais ruas da capital quando qualquer sub-secretário de Estado visitava o distrito insular. Tudo mudou, tudo está melhor. A democracia, ainda débil em muitos aspectos, consolidou-se. Portugal ainda está longe do patamar desejável, mas isso também é fruto de quase meio século de atraso. Aos políticos exige-se mais qualidade, mais competências e visão. Mas é o que temos e isso é muito melhor do que havia antes do 25 de Abril.

Vale a pena ouvir

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Uma tragicomédia chamada PSD

Esta de Santana Lopes, o tal "bebé" fragilizado na incubadora, que nunca andou "por aí", querer regressar à liderança do PSD, para defrontar Sócrates no próximo ano, faz chorar "as pedras da calçada". Esta obsessão de um homem que não consegue fazer mais nada na vida dá dó. Para animar as hostes, alimentar o circo e debitar sound bytes ele serve e bem. Agora, pensará Santana que o povo português esqueceu o governo mais trapalhão de sempre em Portugal, que ele liderou? Ele vai debater com Manuela Ferreira Leite. É quase um atentado! É que a "dama de ferro" pode também não sair bem nesta fotografia: a sua imagem está definitivamente colada à ministra autoritária, que aumentou impostos, que não cede e que não conseguiu corrigir as contas públicas. É tão óbvia a espera pelo salvador do partido, lá para 2012: Rui Rio.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

O último fôlego de Jardim?

Considerações à parte, Alberto João Jardim é o político, dentro do PSD, neste momento, com maior curriculum para enfrentar José Sócrates, em 2009. É quase uma certeza que isso não vai acontecer, porque os "barões" nunca gostaram do líder do PSD/M. Não podem, contudo, esconder a maior evidência: Jardim, em eleições livres e justas, tem reduzido a pó a oposição insular. É o político com mais vitórias na carteira e sabe que, por ventura, esta será a derradeira oportunidade de assalto ao Continente. Tem vantagem sobre Manuela Ferreira Leite, a candidata que deverá vencer: tem empatia com o país profundo e não está associado a perda de poder de compra. Retirando a parte circense, que ele alimenta e amplia, Jardim (correndo Portugal de norte a sul e com máquina bem oleada) iria dar grandes dores de cabeça a Sócretes. As eleições não se decidem apenas nos centros urbanos.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Radiografia do pior que pode existir

Comentários para quê? Leiam, meditem e ofereçam a quem merecer.

Maledicência
Francesco Alberoni
A maledicência rodeia-nos, mas assume várias formas, mais ou menos maldosas e mais ou menos perigosas. A modalidade mais simples é a do mexerico, uma forma de ter informações sobre as relações humanas escondidas, não oficiais, um vasculhar nos sentimentos dos outros, nas suas relações eróticas privadas. É essencialmente feminino, porque são as mulheres que estudam a alma humana, o amor, o ódio, o erotismo, e comentam tudo isso, diariamente, entre si. No mexerico, também é possível incluir informações maldosas, que se tornam uma arma nas mãos de quem tem ressentimentos e rancores.Depois, há a maledicência dos locais de trabalho, de todos os locais de trabalho, dos hospitais à universidade, e que nasce das rivalidades, das invejas e das injustiças. Já me aconteceu várias vezes, pouco tempo depois de ser chamado a gerir uma nova instituição, alguém vir ter comigo a dar-me informações – confidenciais, claro – um simples “diz que disse”, sobre fulano ou sicrano, as suas histórias sexuais, os seus erros, as confusões que arranjaram. A explicarem-me por que é que tal pessoa fez carreira e a outra não. São mexericos maldosos para se libertarem dos adversários, para subir na carreira, mas que incluem algumas verdades. É por isso que são incentivados por alguns maus dirigentes. A terceira forma de maledicência é “o lamento”. Algumas pessoas, quando consideram terem sido injustamente tratadas por outras, acusam-nas de serem delinquentes, canalhas e responsáveis por todo o tipo de malefícios. Contudo, se depois essas mesmas pessoas as ajudarem, passam rapidamente a serem corajosas, inteligentes, e honestíssimas. É um veneno que circula muito nos corredores do poder e da política. Depois, temos a maledicência que nasce da inveja e que atinge quem está no topo, quem tem poder. Atinge muito menos os que têm posições consolidadas, os duros, os violentos, que incutem medo e que se vingam, e muito mais as pessoas disponíveis e generosas, que fazem tudo bem e são amadas pelos outros. Porque o objecto da inveja são sempre os melhores e não aos piores. A inveja odeia-lhes o valor.Por último, temos a calúnia intencional, a mentira lançada para destruir o crédito de quem está no tipo, para lhe roubar o lugar. É a calúnia que prepara e justifica a conspiração, como no caso de César, acusado de querer ser rei. Ou como no caso d General Dalla Chiesa, acusado de se evidenciar demasiado. É um método que é sempre aplicado contra quem criou algo de grande mas cuja única defesa é o seu valor e rectidão.

domingo, 20 de abril de 2008

O verdadeiro artista

Depois da visita do Presidente da República à Madeira e com as polémicas levantadas por Alberto João Jardim, não é que o presidente do GR, ainda com Cavaco na Madeira já mandava recados ao primeiro-ministro, via Pedro Silva Pereira, para que Sócrates vá a RAM? Com uma condição: que não seja na sequência de uma cimeira Portugal-Marrocos. AJJ é um verdadeiro artista. Resta saber, caso o PM aceite, quem fará o roteiro do programa?

Depressão colectiva

Os canais televisivos estão enfadonhos, repetitivos e sem iniciativa. Ao Domingo, especialmente, assistir aos noticiários é um acto de coragem ou de masoquismo puro. É que 90 por cento das notícias apresentadas são negativas, são más notícias. É a história dos menimos com cancro, dos acidentes, das facadas, dos velhinhos sem lar, dos pobres com fome, dos toxicodependentes sem horizontes... A ERC devia obrigar as redacções de tv a passarem a ter uma editoria de reportagens positivas: mostrar o que há de bom, falar com gente de sucesso e com meninos saudáveis. Para bem da nossa higiene mental!

Pão com manteiga

Este PSD surpreende a cada dia que passa. Em plena crise - talvez a maior de sempre - ventilam-se candidaturas e apresentam-se canditados. O mais entusiasmente de todos avançou hoje: de seu nome Mário Patinha Antão, um deputado "de mão" de Menezes, porta-voz da área financeira. Dizem que é vaidoso e muito cioso do seu curriculum. O tratamento é por "sr. professor", disse-me há uns tempos atrás uma das secretárias do grupo parlamentar, quando perguntei pelo "dr."? Eu torço para que seja o Patinha a vencer. E à primeira...!

sexta-feira, 18 de abril de 2008

A táctica de Menezes (mais velha que o "Norte")

O homem é um verdadeiro artista, mas ao contrário. Ofendido, ressabiado, amuado, apunhalado, Luís Filipe Menezes bateu com a borta. A saída não se fez à "bomba", mas com um conjunto de foguetes que ele andou por aí a rebentar. As canas, como é óbvio, cairam-lhe em cima. Mas o líder do PSD não quer sair, prefere vitimizar-se e espera o choradinho dos filhos e afilhados para reconsiderar uma recandidatura. Faz mal. Ficaria-lhe bem uma saída com alguma decência. Mas nem isso ele consegue. Nenhuma figura credível deverá querer avançar agora para a liderança de um partido à deriva: Menezes vai ser "queimado" em lume brando, vai ser humilhantemente derrotado por Sócrates. Depois e com o PSD estilhaçado regressará a Gaia.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Imprensa sem rasgo

Um interessante estudo publicado hoje no Jornal de Negócios refere que os jornais portugueses (exceptuando o Correio da Manhã) têm vendido cada vez menos e têm menos circulação. Numa primeira análise diz-se que a Internet está a roubar leitores ao "papel", mas há quem aponte outros males. Para mim, a generalidade da nossa Imprensa padece de um défice de ideias, de projectos sólidos e concretos. De linhas editorias seguras. O jornalismo escrito actualmente não tem rasgo, limita-se a cumprir a "agenda" ditada pelos interesses políticos e económicos. A investigação praticamente não existe e quase adivinhamos, dia após dia, quais vão ser as notícias da manhã seguinte. Longe vão os tempos pujantes das manchetes manchetes, da febre do Expresso, de O Independente, das reportagens da VISÃO. É quase inacreditável mas é normal, hoje, ler-se uma notícia/novidade num jornal e no outro dia ver essa mesma notícia, apresentada como nova também, noutro. O jornalismo escrito está refém dos telefonemas dos decisores, do investimento desses decisores, das suas vontades. O cenário é crítico. Quando abracei esta profissão atiraram-me "às feras", para a rua, para descobrir, questionar, incomodar, cruzar informação. Que é feito desses conceitos?

terça-feira, 15 de abril de 2008

As sete vidas de Pinto da Costa

Algo vai mal na nossa Imprensa. Durante a tarde o Expresso on-line deu um "exclusivo" ao referir que Jorge Nuno Pinto da Costa teria tido um eventual ataque cardíaco e que estava internado no hospital da Luz. Passado pouco tempo, o rival "Sol" fazia eco das palavras de Pinto da Costa, o próprio. Afinal, contou o semanário do arq. Saraiva que o líder do FCP estava de boa saúde, que tinha almoçado na Mealhada e que vinha a caminho de Setúbal, onde a equipa jogaria para a Taça de Portugal à noite. «Na verdade, estava a caminho das urgências, quando passei pela morgue e vi que lá estava grande parte do Benfica. Aí, melhorei e vim embora», disse, irónico, Jorge Nuno. Em que ficamos? A ser verdade que o homem não pôs os pés no hospital, o Expresso deu mesmo bronca.

A obsessão Jardim

Anda tudo num desvario a discutir minudências sobre a visita de Cavaco Silva à Madeira. Tem existido muita emoção, muita obsessão em relação à figura, à pessoa de Alberto João Jardim. Pode discutir-se a qualidade da democracia na região, mas falar-se de ditadura... A ida de Cavaco, que nunca foi "à bola" com Jardim, tem sido centrada na questão (formal) de haver ou não sessão solena na Assembleia Legislativa. Alguém acredita que o "Sr. Silva" foi manipulado pelo presidente do governo? Não houve sessão porque o PR não quis. Ponto. Como é seu hábito e mais uma vez pegou, Jardim chamou a si os holofotes da comunicação social, e conseguiu. Todos falam dele. Bem ou mal, pouco importa. Falam! E assim vai a vidinha política nacional.... com os media a darem a ajudinha de sempre. Alberto João agradece e leva Cavaco Silva à região mais rica do país com as câmaras de tv atrás.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Chegar a nenhuma conclusão

Cavaco iniciou hoje uma visita oficial à Madeira, região autónoma desde 1976, parcela do território português.
Jardim aproveitou, como só ele sabe fazer e utilizando os piores métodos, para criar factos políticos que todos teimam em alimentar. O homem deve fartar-se de rir à desbragada por as suas atoardas continuarem a ser alimentadas pelos media. Disse-me uma vez o próprio que é “melhor dizerem mal de mim do que não dizerem nada”. Tem conseguido. O presidente da RAM chamou “bando de loucos” aos deputados da Assembleia Legislativa. Que eu saiba a sua grande maioria é composta por parlamentares do seu partido… Cavaco devia ter de facto insistido em discursar no parlamento madeirense, mas se se lembrarem as querelas com este e outros presidentes já vem detrás: Eanes, Sampaio e Soares ouviram das boas, via comunicação social… de um membro do Conselho de Estado.
Jardim, com estas tolices, faz o que quer e não digam que o homem é inimputável: vai mostrar o que entender a Cavaco. A Madeira nova, os projectos empresariais de sucesso, tudo à pala do clima ameno que caracteriza o arquipélago. O resto é cantigas. Neste episódio sai pior Cavaco, “o Sr. Silva”, que em 1992 teimou em não sair de carro da Quinta Vigia sem Alberto João jardim colocar o cinto de segurança. E conseguiu.
Conclusão: numa visita a uma região do território nacional, Jardim consegue o feito (repetido) de colocar todos (comunicação social) a falarem de si. Não importa por que motivos…Nunca uma deslocação de Cavaco Silva foi tão badalada! A promoção está feita!

PS – A SIC-N decidiu fazer hoje uma “Opinião Pública” sobre o tema. Inês Serra Lopes foi a comentadora de serviço. Mais uma vez misturaram-se “alhos com bugalhos” que só fermentam a ira dos madeirenses em relação a alguns continentais. E deixem-se de dizer que tudo o que foi feito na Madeira é à custa do dinheiro dos “de cá”. Ridículo.

domingo, 13 de abril de 2008

O que quer este PSD?

Confesso que já me irrita falar tanto em política neste bolgue de "Intimidades". Mas alguns palhacinhos que por ai polulam não me dão outra hipótese que não seja parodiar tantas atoardas. O PSD encarregue-se de fomentar discussões fúteis, inúteis, estúpidas. Menezes perdeu o norte, a mão no partido (que nunca teve) e demonstra ser, todos os dias, os que os seus críticos dizem dele: um chefe de bando. E entretém-se a dar show (bonita palavra). Em maré de ideias fracas sobre questões importantes manda homens de mão, desconhecidos da opinião pública, vociferar contra tolices. E fazem de palhacinhos tristes. Que querem fazer rir mas não conseguem arrancar um único sorriso da plateia. Esta autêntica novela à volta da participação da alegada namorada de Sócrates para um programa televisivo dá dó. Querer atacar o PM por esta questão é do mais rasteiro que existe. Na sua essência este assunto não interessa a ninguém, a não ser aos que "voam baixinho", como disse Pacheco Pereira, e bem. Nem quero acreditar que o PSD quer provocar erosão no PS pescando assuntos destes... Será?

quarta-feira, 9 de abril de 2008

A vertigem do poder

João Miguel Tavares, um ilustre desconhecido para a maioria dos portugueses é jornalista. Escreve no DN, uma das grandes referências do panorama comunicacional da nação que deu uma grande queda nos últimos anos. João Miguel Tavares tem poder: escreve num espaço de opinião semanal na publicação a que pertence. As suas crónicas costumam ser divertidas, apesar de eu nunca ter encarado muito bem os "escribas" que opinam ao mesmo tempo. Ou uma coisa ou outra. Mas isto de ter espaço livre não é para todos. Não é que Tavares decidiu sair em defesa da sua colega Fernanda Câncio, devido a um "barulhinho" feito por um também ilustre desconhecido deputado do PSD (a quem os media se deliciam a dar tempo de antena), acerca de um programa televisivo em que a mesma vai participar? Não sei se Fernanda lhe passou procuração (ela também tem espaço livre no DN), mas o que sei, efectivamente, é que ter uma "caneta" na mão pode ser perigoso. Neste caso concreto, foi. João Miguel Tavares escreve uma opinião atabalhoada, corporativista, desnecessária. Que segurança me dá este jornalista, enquanto tal? A sua imparcialidade na descrição de factos concretos, notícias, vão me merecer, daqui para frente, muitas interrogações.

terça-feira, 8 de abril de 2008

A VISÃO e o júnior SONAE

Devo confessar que nada me move contra a poderosa família Azevedo (a de Belmiro).
Por mais voltas que dê não entendo muito bem porque é que a VISÃO 787 deu honras de capa a Tomás Azevedo, neto de Belmiro. O rapaz diz umas coisas interessantes, mostra maturidade, mas qual a oportunidade desta súbita aparição, desta promoção? Ou eu ainda não cheguei lá ou então o jornalismo actual está muito depauperado. Será que a VISÃO tem a garantia explicita de que Tomás vai suceder ao avô, passando por cima do tio Paulo? Será Tomás um génio sem igual no país? Bem... confuso demais. (Valha-nos a crónica de António Lobo Antunes).

Ainda o PÚBLICO

Dei-me ao trabalho de folhear o livro de estilo que o jornal Público editou há uns anos atrás. Uma bíblia bem explicita sobre as regras que regem o jornal, onde se define bem o que é entrevista, notícia ou opinião. Não econtrei nenhuma alínea sobre casos excepcionais em que o jornal possa publicar supostas entrevistas sem as editar. "Bem pregas Frei Tomás"...!

Vá para fora..cá dentro?

Foi um slogan bem conseguido para promover o turismo nacional. Mas está, agora, desactualizadíssimo. Fazer férias "cá dentro" é bem mais dispendioso do que lá fora. De Lisboa ao Porto uma tarifa aérea pode ficar... em cerca de 300€. Não, não é em "executiva". É mesmo no "rabo da lancha". Deslocar-se à Madeira ou Açores implica adicionar mais uns euros... Ao consultar o site da TAP ou de uma operadora qualquer, rapidamente chegamos à conclusão que mais vale uns dias em Barcelona, Paris, Copenhaga, Veneza. É só escolher, a oferta é grande. Vamos para fora... lá fora, mesmo!

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Ética, qual ética

Simpatizo com o jornal Público. Considere-o completo nalgumas questões que me interessam, apesar de ter vindo a decair nos últimos anos. Não tem o fôlego de há uns anos. Por isso não fiquei surpreendido com o frete feito a Jardim Gonçalves, na edição de hoje. Como ex-jornalista não concebo que um jornal de referência possa publicar entrevistas não editadas. O ex-patrão do BCP se queria (e quer) falar sem ruído e sem interferências que pague umas páginas de publicidade. Por mais que possa entender a oportunidade da "entrevista", julgo que concordar em publicar respostas na íntegra, sem contraditório, deixa muito mal a comunicação social em Portugal, cada vez mais pobre e dependente. É demais conveniente ouvir o eng. Jardim Gonçalves, mas isso não é mais forte que mandar a mais elementar ética jornalística às urtigas.

Menezes, mais uns tiros nos pés

O líder do PSD não tem emenda. Na Madeira, ao lado de Jardim, prometeu, caso seja primeiro-ministro em 2009, uma nova constituição(!) para consagrar uma autonomia "sem limites" (o que é isso?). Alberto João devia ter-se rido para dentro... tantos são os disparates de Luís Filipe Menezes, o futuro PM que foi a primeira vez à Madeira em 1977, "quando Jardim já governava". Esta "pérola"* é tão verdade quanto ele (Menezes) vai ser eleito em 2009. Tudo isto passou-se já com jornalistas na sala, no final do congresso do PSD/M, com um cenário bem laranja e as tradicionais setas, que LFM aboliu na São Caetano à Lapa. Mesmo mesquinho e pobretanas, Portugal merece melhor!
*Jardim está no poder desde Março de 1978

domingo, 6 de abril de 2008

Ceder à rua

Afinal Anadia vai voltar a ter urgências. A ministra Ana Jorge, "mais dialogante" assim decidiu, como o beneplácito e indicação de Sócrates, que já se encontra em plena campanha para 2009. Técnicamente não discuto a mais-valia da medida que fez cair Correia de Campos, que encheu páginas de jornais, programas de televisão e gritaria em frente ao Parlamento. Políticamente, Sócrates começa a ceder, a mostrar mais os dentes. A arrogância articulada começa a dar lugar ao "diálogo" tão ao gosto de Guterres. Surgem uns sinais económicos satisfatórios e o Governo cede. Em que ficamos? Menezes deve responder... da Madeira, já com jornalistas da sala...

sábado, 5 de abril de 2008

Um boicote pedagógico

Jardim voltou a atacar os jornalistas de forma vil e lamentável. Numa terra em que o Governo Regional despende (do erário público) milhões para manter um Jornal da Madeira (JM) gratuito, o todo poderoso Alberto João decidiu interditar a entrada de jornalistas no congresso do PSD/M, excepto quando o próprio falar... Ao bom estilo soviético, o timoneiro põe e dispõe a seu bel-prazer. Se é verdade que o pode fazer, tal como faz o PCP, estes devaneios não lhe ficam bem. "Quem não se sente, não é filho de boa gente", diz o povo. A melhor maneira de irritar Jardim seria nenhum media dedicar uma única linha à reunião magna do PSD insular. O que é impossível: primeiro porque ninguém "os tem no sítio" para o fazer, segundo, porque isso poderia acarretar o despedimento de jornalistas que servem o poder no JM. Mas a LUSA e os jornais de cá (do contenente) deveriam-no fazer... Só que esses perferem alimentar o carnaval de Jardim. Como disse António Borges, a Imprensa portuguesa é pobre e dependente dos diversos poderes.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

A "independência" dos media

António Borges, o eterno candidato a líder do PSD referiu, sentado numa das poltronas macias e mais famosas do não menos famoso restaurante "Tavares", que a Imprensa em Portugal não é independente, é pobre e tem dificuldades de sobrevivência económica. "Quem não tem meios não é independente nem nunca será", sublinhou. Na mouche, sr. professor. (Consta que o repasto foi pago pelo Jornal de Negócios).

Arreliador

O procurador-geral da República veio ontem dizer que existem miúdos que a partir dos seis anos vão armados, com pistolas, facas e outros artefactos para a escola. Pinto Monteiro fez bem em denunciar, em informar uma opinião pública que teima em manter a candura habitual em relação à indisciplina dos seus meninos. É hora avançar, pedir responsabilidades e castigar. O Estado tem de agir, contra ventos e marés. Os meninos mal comportados e os paizinhos têm também de ficar a saber que as autoridades os vigiam e que a, qualquer monento, a "pancada" pode cair. Os gangues começam assim...

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Manela de regresso

Manuela Moura Guedes vai regressar aos ecrãs da TVI em Maio. Uma boa nova para quem aprecia o estilo, que, para mim, pouco tem de jornalístico. Sem retirar mérito à multifacetada Manela, era bom que ela opinasse menos e noticiasse mais. Em declarações a um jornal de hoje diz que há ministros que declinam os seus convites para participarem nos jornais que apresenta. Será por medo? Não, é porque ela adora ouvir-se e não deixa ninguém falar. Perguntem ao Miguel Sousa Tavares. Até lá, não esqueçamos: "Boa noite, eu sou a Manuela Moura Guedes".

O Professor Barreto

Quando fui para a primária, no final da década de 70, na escola da Carreira, com os resquícios do PREC ainda a fervilhar, aguardava-me o professor Barreto, homem de 1,90 de altura, bigode, nos finais das suas 50 primaveras. O professor (qual stôr) era conservador - não me parecia fascista - e bom vivant. Eu era um aluno aplicado, certinho, assíduo. O que não foi suficiente, na 3.ª classe, de ser presenteado com quatro "bolos", dois em cada mão, pela "mariazinha" (uma régua de madeira escura). Motivo do castigo: esqueci-me de fazer as tabuadas! Fiquei de tal forma traumatizado que ainda hoje acordo de madrugada aos berros pela dor psíquica causada pelas reguadas do prof. Barreto...
Nem 8 nem 80, diz o povo e bem. É óbvio que castigar fisicamente um aluno não é apropriado, nem mobilizador de qualquer motivação escolar. Agora confudir libertade com libertinagem, que é o que se passa actualmente na relação aluno/professor, pais/filhos, não! A histeria à volta do caso da moça do telemóvel já enoja. Não será necessário relembrar que a educação dos meninos começa no berço?

Os inúteis

Os socialistas madeirenses e outros tantos iluminados do continente encarregaram-se de dar uma eco despropositado às declarações de Jaime Gama na Madeira, acerca do "democrata" Jardim. Por mais criticáveis que as palavras possam ser, o Presidente da Assembleia da República não é "virgem" em política... Só não percebeu o PS/M, que não aprendeu nada em três décadas de derrotas eleitorais, justas e livres.

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