domingo, 30 de novembro de 2008

Gostei


Não sei fazer crítica musical. Fico-me pelo simples e sincero "gosto ou não gosto". E gostei de ver, ontem, no Pavilhão Atlântico, Carlos do Carmo e amigos, nos seus 45 anos de carreira. Gostei muito. Fica uma canção que não cantou, mas que me agrada.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

A inveja e o ridículo (um pouco da nossa sociedade)


A ambição é o ponto de partida obrigatório para falar sobre homens de poder?
Tenho dificuldade em pôr no divã os homens do poder. (...) O importante é distinguir entre ambição e inveja. A ambição é saudável: queremos fazer melhor do que fizemos, queremos saber mais, analisar melhor os pacientes. A inveja é altamente maligna: o indivíduo não quer crescer ele próprio, quer diminuir o outro.
Há pessoas que precisam que todos saibam do poder de que estão investidas.
Há uns anos atrás, tinha consultório na rua Padre António Vieira; vivia pior, não tinha secretária e ia eu ao banco fazer as minhas contas. Um colega meu era também cliente desse banco. Uma vez, o gerente disse-me que o meu colega era muito esquisito e que tinha feito um pé-de-vento porque queria que pusessem nos cheques "Pofessor Doutor". Não lhe chegava o nome
E o que quer isso dizer?
A gente chama a isto identidade de papel. Se me sinto bem como sou, bastana ser o Coimbra de Matos. Se não me sinto bem como sou, agarro-me aos títulos; sou director, sou professor...É uma identidade de papel que compõe a minha identidade pessoal.

*As perguntas são de Anabela Mota Ribeiro. As respostas de António Coimbra de Matos, psicanalista e psiquiatra. No Jornal de Negócios de hoje. A não perder.

Frio, chuva, neve


As previsões meteorológicas para o fim-de-semana alargado garantem-nos frio, chuva e neve, qb. Tempo ideal para se estar em casa, na companhia de um bom DVD, montar a árvore da Natal, o presépio - a lapinha, na minha Madeira -, sair para um jantar aconchegante, por exemplo no Chão do Prado, local muito aprazível, com lareira, bem no alto de Bucelas e rodeado de vinhas donde sai um fabuloso nectar que é servido com gentileza por Mafalda Paneiro, a proprietária. Para descanso do corpo e da alma, há sempre um SPA perto de si. Para quem aprecia, Carlos do Carmo reune meia dúzia de amigos para um concerto no Pavilhão Atlântico, amanhã pelas 22H.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

O vira casacas


Na minha terra diz-se que quem anda na política, seja PS, PSD, PCP ou CDS, quer é poleiro. O povo, sábio, resigna-se às evidências, de que quando lá estão "são todos farinha do mesmo saco". O Zé de Lisboa andou anos a fio a condenar as políticas dos eleitos na câmara. Zurziu, esbracejou, verberou, percorreu quilómetros pelas ruas e vielas da capital, apontando o dedo aos verdadeiros "atentados". Uma vez eleito, o bom do Zé borregou, suavizou-se, acalmou. E como o cheirinho a poder cria sempre deslumbramentos, o homem encostou-se ao presidente António Costa e mandou o Bloco de Esquerda, partido pelo qual foi eleito, dar uma curva ao bilhar grande. Quem o viu e quem o vê. Grande artista este Zé.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Sem erros nem enganos (II)


Cavaco Silva lá teve as suas razões para emitir um comunicado oficial no passado Domingo, 23 de Novembro.

Sem erros nem enganos


O caso do BPN e a alegada trapalhada em que está envolvido Manuel Dias Loureiro só demonstra o lamaçal em que está envolvida a política, os políticos e as duvidosas ligações ao mundo dos negócios. O Presidente da República dá uma no cravo e outra na ferradura: não empurra o ex-MAI do Conselho de Estado, mas frisa que ele lhe fez uma declaração "solene" sobre a sua inocência. Será que a mãozinha de Cavaco Silva vai manter-se imaculada ou queimar-se?

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Timor, país adiado

A crer na reportagem de Pedro Rosa Mendes, publicada hoje no Público, Timor-Leste não sai da cepa torta. Numa luta fratricida, de clãs, patriarcas, guerrilheiros, diplomatas, o país mais recente do planeta perde-se nas oportunidades e no respeito da comunidade internacional. Situado numa zona estratégica, Timor só vai conseguir sobreviver com boas práticas governamentais. A Austrália e a Indonésia são as potências da zona. É quase um pecado, não saberem aproveitar a oportunidade (e o dinheiro) que o mundo lhes deu.

Surreal momento televisivo

Mário Crespo levou ontem ao seu jornal das 9, da SIC N, o último ministro dos Negócios Estrangeiros do antigo regime. Rui Patrício está velho, mas tem a memória fresca. O problema é que o jornalista gosta, de vez em quando, de revelar a sua veia literária e de sacar uma série de frases de diversos livros. Nem sempre é feliz. Rui Patrício continua a defender a sua dama e as políticas marcelistas, designadamente em relação às ex-colónias. Crespo quis "fazer o bonitinho" e perdeu um momento único de protagonizar uma entrevista que poderia ter sido interessante. Ficou-se pelas minudências no confronto, enfim, do que poderia ter sido e não foi. Perdeu-se na vertigem da auto-glorificação, na bebedeira narcísica de se auto-referir (era alferes quando Patrício era MNE). Não havia necessidade. Rigorosamente.

Vergonha maior


Independentemente da parcialidade com que muita comunicação social trata o tema "Casa Pia", com a TVI ao comando, causa-me um calafrio na espinha sempre que oiço Catalina Pestana, o ex-inspector Dias André e as vítimas a falarem dos abusos perpetrados. Se Carlos Cruz, Ferreira Diniz, Hugo Marçal ou Jorge Rito, estão implicados da forma como se comenta só o tribunal pode decidir. Agora, que neste caso há muita podridão, gente graúda e influente, unida por laços de lama, lá isso há. O "Ballet Rose", que fez tremer o antigo regime foi, junto a este processo, uma brincadeira de velhos jarretas e meninos frustrados. Com as alegações finais em marcha, que tudo seja desmascarado, a bem da justiça.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Atraso

Aconselho vivamente os nossos media on-line a irem beber informação aos congéneres espanhóis. Há um bom par de horas que o El Pais e El Mundo noticiam, a toda a largura dos respectivos sites o nome do novo secretário do Tesouro dos EUA. Trata-se de Timothy Geithner e é só o homem que vai tratar das finanças do país que mais influência tem no mundo.

Bravo

O Expresso, um jornal que tem perdido muito nos últimos anos, fez, na última edição, um trabalho meritório. Repôs a verdade dos factos. Afinal, em 2008 já nasceram mais crianças nas ambulâncias, que em 2007. Houve foi menos notícias. Para constatar que a comunicação social é mesmo tendenciosa, o Expresso foi à frieza dos números, que acabam por descrucifixar um pouco o ex-ministro da Saúde. Correia de Campos foi alvo da ira dos populares, de autarcas, de interesses e dos media: foram-lhe imputadas culpas no nascimento de bebés nas ambulâncias por ter tido a coragem de encerrar "maternidades-fantasma". Vê-se, agora, que tudo não passou de falta de marketing político.

Que crise?

Os portugueses gastam cada vez mais dinheiro nas viagens de Natal. México, Cuba e Cabo Verde são alguns dos destinos eleitos. As agências de viagens não se queixam. Mas, afinal, onde está a crise?

domingo, 23 de novembro de 2008

O melindre de Cavaco

Cavaco Silva anda muito atento ao que se escreve na imprensa sobre o BPN, um banco que serviu de refúgio a muitos dos seus ex-governantes. Hoje e perante "mentiras" que estão a ser veiculadas, o Presidente entendeu por bem esclarecer que nunca teve nada a ver com o banco. Apenas tem lá conta, desde 2000. Não entendo a atitude de Cavaco Silva quando diz que há "insinuações" com o seu nome quando se fala do caso. O que constato é que se faz referência a figuras do cavaquismo na gestão danosa do BPN. E - ao que parece - estão implicadas até ao pescoço. Sobre Cavaco nunca ninguém insinuou nada. Tão melindrado que anda o PR. Pena não ser extensivo à Madeira.

sábado, 22 de novembro de 2008

Seis meses a Pacheco

Ao ler a crónica de Pacheco Pereira na esforçadinha Sábado, salta-me uma interrogação: porque não colocam este homem, que é pago para pensar, nos comandos do PSD, durante seis meses?

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Sem jeito

Passados alguns dias, acreditará alguém que a presidente do PSD defende mesmo a suspensão do sistema democrático? Acreditarão que queira mesmo uma ditadura? Não e não. Manuela Ferreira Leite debate-se com um problema estrutural: não quer, não deseja, nem tem paciência para esta sociedade embalada por sound bites. Ela vem do tempo em que apenas existia um canal (público) de televisão, que era comandado pelo governo. A frase que proferiu no famoso almoço não foi mais que um desabafo sobre o estado em que se encontra o país. Mas será Manuela capaz de fazer melhor? Terá paciência para negociar com os sindicados e forças vivas? Quererá aprender a comunicar melhor e a esbater o semblante pesadíssimo que imprime em todas as aparições públicas? Não me parece. Ela, o que demonstra é uma falta de jeito e uma má vontade declaradíssima em movimentar-se numa sociedade crítica e com media agressivos. Na Quadratura do Círculo de ontem, José Pacheco Pereira tentou, por outras palavras, dizer isso mesmo. Mas também ele sofre de intolerância democrática, sobretudo em relação à comunicação social, mesmo tendo razão quando diz que, na mair parte das vezes, os jornalistas não fazem o trabalhinho de casa.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

E quem é o burro?

Luiz Felipe Scolari foi o seleccionador que mais alegrias deu a Portugal nos últimos anos. Teimoso, arrogante, vaidoso, o brasileiro fez os jogadores, os "seus" jogadores correrem atrás da bola e colocou Ricardo a defender à grande. Julgo que todos sabem o porquê? Scolari tinha o seu grupo, fechado e psicologicamente motivado, contra ventos e marés. E os portugueses são a antítese desse método. Os 6 golos do Brasil a Portugal provam que Queiroz, um excelente teórico, não tem mão nas vedetas da selecção.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Ânimo novo


É já a 23 de Novembro que as avenidas, ruas e becos do Funchal vão acender-se de cor. As iluminações de Natal vão voltar, tornando a cidade um autêntico presépio. Passear por esses dias nas artérias da capital da Madeira é um autêntico exercício de levagam da alma. 250 mil lâmpadas vão fazer vibar as já noites mágicas do Funchal. No dia 31 Dezembro o fogo de artifício vai ser de arrombo. Com a cidade a festejar 500 anos, aguarda-se espectáculo de encher o olho. A ter em conta, a noite do Mercado (22 para 23 de Dezembro), as sandes de carne vinho-e-alhos, o bolo de mel e os licores. As festas de Natal e fim-de-ano fazem da Madeira um lugar único no Mundo. Um excelente cartaz turístico também para Portugal no seu tudo. Até 6 de Janeiro.

PS: Veja as tarifas da Easy Jet e um quarto num hotel de 3* (garanto-vos que é bom).

Sem retorno II

Hoje todos os fóruns estão a analisar as palavras de MFL. É mais que óbvio que a presidente do PSD não defende a ditadura e que preza a democracia. MFL não tem é pachorra - a palavra é mesmo esta - para o incumbência que lhe puseram ao colo. Não tem paciência, aos 69 anos, para fazer passar a mensagem de uma forma mais clara e amigável. A mulher crispa-se, desespera, critica os que vivem de soud bites e que só querem título nos jornais. MFL deve recolher ao recato do lar e continuar a sua coluna de opinião no Expresso.

Jornalismo & circo


Grande parte dos jornalistas das nossas televisões acham-se com piada, com importância e, pior, julgam-se figuras públicas. Exemplos não faltam, mas a SIC usa e abusa dessa malta que até usa carteira profissional. São os trocadilhos, os joguinhos linguísticos fáceis, utilizando rimas e expressões populares. Enfim, uma pobreza franciscana. Joana Latino, apagadíssima repórter da Antena 1 há uns anos atrás, faz das suas peças para a SIC um autêntico folclore de gosto duvidoso. Volta e meia a sra. solta a sua veia artística e insiste no disparate. Ontem a vítima foi a contestada ministra da Eduação. Levou com uma pergunta de 1 km, onde incluia análise, comentário e finalmente uma questãozinha. Maria de Lurdes Rodrigues acusou o toque e disse não querer comentar comentários da jornalista. Joana replicou e editou a peça com as peripécias. Um autêntico hino de banalidades, completamente desnecessários. Se o objectivo era o de diminuir a ministra, que usasse tácticas mais inteligentes. Mas é de circo que a malta gosta. Continuem.

Sem retorno

O PSD tem um problema para resolver. Colocar na cadeira de líder outra pessoa. Manuela Ferreira Leite, auto-distruiu-se ao proclamar uma frase tão estúpida, como a de ontem. Defender, mesmo em sentido figurado, a instauração de uma ditadura (durante seis meses) para colocar o país na ordem, foi de uma infelicidade sem precedentes. Como militante até o poderia ter dito. Como alternativa ao PS, nunca. MFL traçou o seu destino e acumulou, é certo que com a cara mais séria do mundo, e durante pouco tempo, tantas asneiras como as cometidas por Luís Filipe Menezes. O PS e Sócrates agradecem, o PSD tem de se despachar.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

A nossa escala


Fernando Teixeira dos Santos foi considerado, pelo influente Financial Times, o pior ministro das Finanças da UE. E eu a julgar que ele era (é) um dos melhores, em Portugal. O grande problema reside na nossa escala, face à Europa, face ao Mundo. Somos pequeninos, quase desconhecidos. E.. contamos pouco. E que tal, sr. ministro, um assessor que lhe trate da imagem no centro de decisão europeu? Ironias à parte, julgo ser mesmo um dos maiores empecilhos nacionais: falta de projecção fora de portas. Com ou sem "Magalhães".

Boca calada II

Será que Manuela Ferreira Leite ou o seu vice, António Borges, importam-se de comentar isto. O homem tem muitos defeitos, mas é frontal. Quase se safa no fundo da questão parlamentar, mas teria de ter retirado de lá, há muitos anos, o Jaime Ramos e acólitos.

Boca calada

Alberto João Jardim deve rir-se que nem um perdido, ao ver as figuras alinhadinhas da direcção do PSD a não quererem comentar a realidade política da Madeira e do seu líder, conterrâneo partidário e membro do Conselho de Estado. Ontem foi a vez de António Borges, esse mito que desceu à terra, entretanto, borregar perante as incómodas farpas lançadas por Correia de Campos, no "vice versa", da RTP N. À insistência de João Adelino Faria, lá António Borges suspirou que o "bom" despachado por Jardim a todos os professores da Madeira, não era mais que um "protesto" pela forma como o processo está a ser conduzido pelo governo central. Que diria este estrangeirado sobre os episódios à porta da assembleia da Madeira?

Sousa Tavares

O Prós e Contras de ontem retomou alguma da sua dinâmica. Com sede de espectáculo, palmas e barulho, Fátima Campos Ferreira chamou Miguel Sousa Tavares, para defender a zona do Porto de Lisboa das garras dos contentores e dos interesses privados. O homem encostou, de uma penada, um sorumbático José Sá Fernandes às cordas, enervou, qb, a quase estática secretária de Estado dos Transportes e largou lambada em mais uns quantos da plateia. Teve acção, o programa. Sangue. E deu para perceber como tudo ou quase tudo se resume a euros. Apesar de cenas mais estridentes, Sousa Tavares ensinou (a Fátima) como se faz perguntas, mas mostrou um dos lados maus do jornalismo. Apresentou-se como jornalista e ofuscou tudo e todos com a sua razão obstinada. Não é à chapada que se ganha razão. É, sim, eficaz para fazer subir audiências. E o Prós e Contras bem precisa...

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Ceder ao ruído

1.º sinal: «Ministério da Educação admite alterar sistema de avaliação dos professores» - TSF

Ainda a tempo

José Sócrates vai ainda a tempo de recuperar a importante franja eleitoral que lhe vai escapar devido às trapalhadas do Ministério da Educação. O povo português tem memória curta e se o primeiro-ministro colocar na 5 de Outubro uma figura apaziguadora e simpática, tal como fez na Saúde, poderá consolidar uma boa trégua. Maria de Lurdes Rodrigues está a ferir "de morte" este governo. Poderá ser a "coveira" desta maioria.

domingo, 16 de novembro de 2008

O Meireles


Ainda existem locais agradáveis, gente simpática, simplória e a cozinhar com base no saber feito durante muitos anos ao fogão. Em Lisboa, a Esquina da Fé mantém a tradição. Na rua da Fé (perpendicular à de S. José) o sr. Fernando continua a apresentar os bons croquetes de vitela (diz que feitos com a ajuda do sr. Meireles, o empregado de mesa e sócio), o saboroso bacalhau com batatas a murro ou o tradicional bitoque em prato de barro. A acompanhar as batatas fritas no momento, o esparregado, legumes da época ou a salada mista bem temperada. Com uma mostra de vinhos que não envergonha nenhuma garrafeira, podemos ter a sorte de saborear um pudim de ovos quentinho. Para além da boa companhia dos dois sócios. A Esquina da Fé ou "o Meireles", como também é conhecido, encerra ao Domingo.

Tina Turner

Não incluiu Portugal, mas Tina Turner, rainha do rock'n roll, está aí, aos 68 anos, no Live in Concert Tour. Com um novo CD à venda, Tina é uma preta que não dá pela cor da pele. Em entrevista ao programa '60 minutos', a multifacetada artista disse sentir-se melhor na Europa, que nos "seus" Estados Unidos. Lá, referiu, há mais racismo. Apesar de nunca o ter sentido. Sinal dos tempos: Obama foi eleito presidente do EUA já depois da entrevista à CBS News.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

O grande desespero


Nem queria acreditar. Manuela Ferreira Leite disse ontem que a comunicação social selecciona mal (ou não deveria escolher, sequer) as suas declarações, que passam depois nos telejornais. A ex-ministra da Educação, a quem os meninos do superior mostraram o rabinho, nos idos de 90, passou uma sermãozinho sobre a arte de informar, aos jornalistas. Eu, que sou um acérrimo crítico do comportamento dos jornais nos últimos tempos, fico incrédulo: como podem passar declarações da presidente do PSD, nas primeiras notícias dos jornais se a sra. está, quase sempre, calada? Ela é que assumiu uma postura diferente, que não está a resultar. Está aflita e esperneia. Manuela, com a táctica de que não deve ser ela a falar de políticas alternativas (?) ao governo, está a deixar escapar uma janela de oportunidade de aparecer a todas as horas nas rádios e nas televisões. Perante a mais grave crise que Sócrates enfrenta, com a trapalhada da avaliação dos professores, que diz o PSD? Pasme-se: aplaude Jardim por ter, administrativamente, aplicado um BOM a todos os docentes da Madeira, porque o diploma "está mal feito". Ou Ferreira Leite não tem um sistema de alertas noticiosos instalado na S. Caetano à Lapa ou então eu já não percebo nada de notícias e de que como se devem fazê-las.

VISÃO vs Paulo Teixeira Pinto

A VISÃO desta semana faz um retrato, muito ordinário e inapropriado de Paulo Teixeira Pinto (PPT). Publica "factos" com base em fontes anónimas (que inclui um neurologista) que relatam episódios da vida do ex-banqueiro, em 2008. Nunca gostei de ver a Imprensa surfar sobre a dor dos outros. Incomoda-me. Aborrece-me. Pôr numa revista que PPT está a sofrer por eventuais danos divinos devido ao seu afastamento da Opus Dei é de uma patifaria reles. Especialmente porque tal acontece apenas duas semanas depois de ele ter perdido um filho. Fazer descrições sobre o seu comportamento no funeral é de um mau gosto (para não parafrasear Jardim e chamar um nome feio à jornalista que assina a peça) condenável. A VISÃO que, globalmente, é uma boa revista, foi longe demais. Não lhe ficaria nada mal emendar a mão. Infelizmente muito do nosso jornalismo precisa de credibilidade, bom senso e profissionalismo.

Semanário Económico

Inês Serra Lopes (SE) vai sair do Semanário Económico. António Costa, director do Diário Económico assume os dois títulos, no fim do mês. O SE passa a sair ao sábado, com conteúdos renovados. A ver vamos. O jornal, que marcou um tempo no quotidiano económico, está de rastos, desde que ISL pegou no projecto. A jornalista que levou também ao fundo O Independente mostrou uma vez mais não ter aptidão para a direcção de um produto do género. Tem isso sim muitos amigos que lhe vão assegurando novos auspícios. Em nome do Jornalismo era bom que ISL se ficasse pelo comentário político, de preferência sobre factos ocorridos no PSD.

Os bufos


A cultura da bufaria está instalada na vida nacional. E está de boa saúde. Os incompetentes, frustrados e imbecis ainda permanecem um pouco por todo o lado, fazendo a vida negra aos outros, utilizando técnicas salazarentas. 34 anos depois do povo perseguir os marretas da PIDE, um funcionário da EPUL (empresa municipal de Lisboa onde corre muitos euros) tem nota de culpa e processo disciplinar às costas por ter reencaminhado um e-mail que a imagem (em cima) documenta. Querem pô-lo na rua por "racismo". Espero que o presidente da Câmara, o socialista António Costa, tenha a dignidade de instaurar sim, um processo ao bufo e ao chefinho que, por um motivo tão piolheiro, quer tramar um colega. Só à cacetada.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Opus dei vs copus nigth


Paralelamente a todas as polémicas à volta dos Açores e da Madeira, tendo como fugura central o Presidente da República, veio-me à memória uma tirada de Alberto João Jardim, sobre João Bosco Mota Amaral, quando foi questionado por que motivo as duas regiões autónomas não uniam esforços contra os apertos financeiros, decretados por Cavaco Silva, no seu último mandato de primeiro-ministro: "Porque o Motal Amaral é Opus Dei e eu sou copus night", disse-me Jardim entre uma sonora gargalhada. Talvez a postura (e o pensamento) explique muito do que acontece recentemente.

Vendaval

Manuela Ferreira Leite tem um problema para resolver com a sua consciência e com a sua maneira séria de fazer política. Ou desmarca-se categoricamente ou mantém o ruidoso silêncio face a Alberto João Jardim, militante do PSD e guardião do maior rol de vitórias laranja em Portugal. O homem que governa "à esquerda" despachou os professores da RAM com a classificação de "BOM". Lá não há diálogo nem meias medidas. Ele considera o diploma um atentado aos direitos dos docentes e sossegou-os. Para além de render votos, esta não é a primeira vez que Jardim se coloca mais à esquerda que o PS e até mesmo do PCP. Há meses diabolizou o novo código do trabalho e colocou-se do lado dos mais fracos. Em pleno vendaval noticioso que varre a Madeira, o presidente do governo regional consegue pôr a cabeça de Manuela em água. Como pode ser ela coerente se continuar de bico fechado face às diabruras do senhor da Madeira? É a política na sua essência.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

A tormenta nacional (II)

Em conversa profissional, mas informal, anui com o meu interlocutor quando me disse que ser um português exemplar é não ostentar qualquer sinal de riqueza (usar roupas baratas, carro velho e sapatos com meias solas), entrar uma hora antes do "ponto" e sair duas depois, sem cobrar mais um cêntimo em horas extra. O bom português não levanta "ondas", não falta por doença e contenta-se com pouco. Em Portugal existe ainda uma classe dirigente com a mesma lógica dos militares. Isto é, para existir um general tem de haver majores, capitães, alferes, etc., que garantam a sua subsistência, recendo ordens.

A tormenta nacional

"Sentimento de desgosto e ódio simultâneos provocados pelo bem ou pela felicidade de alguém" - Dicionário de Língua Portuguesa Contemporânea. Chama-se "inveja", é um pecado mortal e o maior tormento nacional. Basta, muita vezes, olhar para lado, para cima ou para baixo. Já reparou?

Os pecados de Bush, segundo o próprio


George W. Bush vai sair da presidência dos EUA com o nível de popularidade mais baixo de sempre. Num exercício de catarse, Bush enumerou à CNN alguns dos seus arrependimentos: ter tido, em 2001, que queria Osama Ben Laden "vivo ou morto"; ter referido, em 2003, que a guerra com o Iraque "estava ganha". Aos dois "pecados" agora expiados somam-se muitos mais. Mas isso vai ser motivo para Bush argumentar num livro que pensa escrever no Texas, em 2009. O ainda presidente do EUA terá uma oportunidade única para dizer de sua justiça o que o motivou a enveredar pelo caminho da força. Há, no entanto, uma pergunta que se impõe: o que teria acontecido ao mundo, se os EUA não tivessem atacado o Iraque e o Afeganistão? É que a ONU e a sua antecessora Sociedade das Nações já permitiram carnificinas como a II Guerra Mundial. Convém não esquecer.
Foto: AP

terça-feira, 11 de novembro de 2008

O Jardim e a Madeira e vice versa


Mão amiga fez-me o favor de oferecer (muito obrigado, camarada) um livro recentemente editado, com o sugestivo título: "Madeira - Jardim há 30 anos", da autoria de Cristina Costa e Silva. Confesso que ao receber a publicação não indentifiquei a sua autora, jornalista do Jornal da Madeira (JM) há 14 anos. Conheci Cristina Silva no início dos anos 90, estava eu no DN Madeira e ela era - se não me engano - colaboradora da secção de desporto. Pouco depois passou para o JM e eu vim à minha vida. Perdi-lhe o rasto. Confesso que foi com curiosidade que comecei a folhear as primeiras páginas da sua obra. Apesar da jornalista trabalhar para o jornal do Governo Regional da Madeira, julguei que desse alguns pormenores - que não tinham forçosamente que ser negativos - sobre quem é, efectivamente, Alberto João Jardim. Ela exalta, quase obsessivamente, o "heroi" que transformou a região. Até à página 20 (não consegui ler mais), o homem é levado ao olimpo, não tem defeitos e nunca falhou. O próprio não diria melhor de si próprio. Acredito que Jardim teria sido mais crítico e interrogativo face a muitas decisões que tomou. O que me incomodou no livro não foi o seu tom marcadamente bajulatório, mas sim ser assinado pela "jornalista profissional", que deveria ver o quotidiano como ele é, para o poder contar, com imparcialidade, aos seus leitores. Reconheço que fui ingénuo. O livro vale o que vale. Mostra um lado da história. O lado encantado da "Madeira Nova" e a ligação umbilical de AJJ à sua história recente. Pena que Cristina Costa e Silva não tivesse mostrado a outra face.

Obama forever


O fenómeno Barack Obama é universal. O homem concentra atenções nos quatro cantos do mundo. Para 76% dos americanos, os EUA vão ser mais respeitados com Obama, numa pesquisa do USA Today. A febre é de tal ordem, que as próprias filhas do presidente eleito já foram presenteadas com um cão, sem pêlo, vindo do Peru e convidadas para participar numa série de televisão. A meio da histeria típica dos EUA, Sarah Palin vai dizendo, do Alasca, que "Deus lhe vai mostrar caminho para a presidência", em 2012.

Pérola do dia

"De acordo com informações que tenho recebido de quem constitucionalmente representa a República na região, o funcionamento da Assembleia Legislativa da Madeira tende para a normalidade", afirmou o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, em declarações aos jornalistas à saída da sessão de abertura do 18º Congresso das Comunicações, que decorre no Centro de Congressos, em Lisboa.

Presidente só de alguns


Fiquei hoje a saber que Aníbal Cavaco Silva é o Presidente da República só de alguns portugueses. Na Madeira, a soberania está delegada no representante da República (disse Cavaco), Monteiro Diniz, que não foi eleito com o meu voto nem com o de nenhum português. Mais, o PR só sabe do que se passa na ilha pelas "informações" veiculadas por esse sr.. Cavaco Silva ficou visivelmente engasgado quando o confrontaram com os episódios dos últimos dias à porta da Assembleia Regional. Dado a este súbito esvaziamento de poderes do PR face a Portugal no seu todo, porque motivo ficou tão incomodado com o Estatuto dos Açores? Porque é que opina sobre questões de defesa e política internacional? Razão tem Alberto João Jardim, quando se refere a Cavaco como o "sr. Silva". Ele, na verdade, não é o "nosso" Presidente. Porque não disse isso mais cedo?

Os "abanões" democráticos

Já afirmei por diversas vezes que o que se passa na Madeira é, por norma, mal contado na Imprensa do continente. O que se está a passar na Assembleia Legislativa não é surpresa para quem conhece a história do segundo órgão de governo próprio da Região. Desde a década de 1980 que acontecem episódios recambolescos com os deputados. Foi o pe. Martins que, alegadamente, levou uns "abanões" de gente do PSD e os impropérios vários dirigidos por Jaime Ramos a deputados da oposição. Note-se que naquele "saco de gatos" alguns do PS, CDS e PCP (agora também o PND) não ficam impunes. Não se pense que a realidade do parlamento regional é idêntica à do nacional. Lá há acusações de parte a parte, convites a "limpeza da honra" pela força dos músculos e lavagem de roupa suja diária. Confesso que gostava de assistir aos trabalhos parlamentares. Ria-me imenso. E é esse o problema político da Madeira. A malta ri-se imenso com o que lá se passa. Só isso explica o que se está a passar agora com o deputado do PND e com a suspensão dos trabalhos no hemiciclo. O habitual é ninguém intervir. Os diversos presidentes da República, primeiros-ministros, oposição, criticam em surdina. Que dirá Manuela Ferreira Leite, Paulo Rangel, José Sócrates e Cavaco Silva sobre o funcionamento da ALM? O que saberá Jardim para este pessoal estar todo calado?

PS: Opinião de AJJ no Jornal da Madeira de hoje.

Em declínio


Como os meus (parcos) amigos já perceberam não gosto de Fátima Campos Ferreira, em termos profissionais. É daquelas jornalistas a quem a vaidade subiu estonteantemente à cabeça, sem demonstrar a mais ínfima pose de humildade. E a vaidade fica-lhe mal. Muito mal. O seu programa vale pelos temas, pelos convidados. Após anos de antena começa a saturar. Ontem fixou mais um exemplo de como tudo é efémero. Fátima foi buscar um tema esgotadíssimo: a nacionalização do BPN. Com convidados de 4.º plano. (Jorge Lacão, Paulo Mota Pinto, Bernardino Soares e não sei o nome) Qualquer um deles poderia falar, também, da igualdade do género, da vitória de Obama, do Estatuto dos Açores ou da qualidade democrática na Coreia do Norte. Não me demorei cinco minutos no canal. É que o "ar" de Fátima também não disfarçava o mal estar.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Mas porquê?

Porque é que nos momentos decisivos é sempre o Sporting a soçobrar? Na lotaria dos penaltis, o Porto levou a melhor e seguiu em frente na Taça de Portugal, mesmo tendo jogado pior. Mas porquê?

O senhor que (não) se segue

Luís Amado disse na entrevista ao DN/TSF, de ontem, que há "despostismo" do PSD na Assembleia Legislativa da Madeira. Uma verdade de La Palice de um ministro que iniciou a sua carreira política na Região. Amado teve responsabilidades no PS local, mas na verdade nunca se esforçou muito para modificar o estado das coisas. Também não o souberam aproveitar. Do lado socialista os pretensos candidatos estão prensados ou ato-excluídos. Talvez Bernardo Trindade... No PSD o cenário não é melhor. Depois de "queimados em lume brando" e por esta ordem: Miguel de Sousa, Miguel Mendonça, Virgílio Pereira, Guilherme Silva, Cunha e Silva, Coito Pita e Miguel Albuquerque só o último poderá ter alguma hipótese. Está a governar o Funchal há mais de dez anos e vai mantendo algum afastamento do tutor Jardim. É custoso ver a Madeira metida neste desvario político. Chega a ser doloroso ver um fossilizado Jaime Ramos e um vaidoso Miguel Mendonça a derreterem a imagem da ilha. Jardim, acredito, apara todas estas jogadas na Assembleia e ri-se do Presidente da República, especialmente. Ele nunca gostou de Cavaco nem respeitou o Parlamento. Deram-lhe também muitos motivos para isso. A sua perpetuação no poder ridicularizou potenciais sucessores e secou a máquina democrática. Como ninguém (PS) faz o trabalho de casa, ele vai continuar a reinar e com o avançar da idade tudo vai piorar.

domingo, 9 de novembro de 2008

Terá Sócrates a maioria absoluta?

Em situações normais, José Sócrates revalidaria a sua maioria absoluta em 2009. Mas não estamos numa "situação normal" e há sectores muito descontentes com este governo. Os professores arranjaram mais 120 mil almas para protestar contra a política de Educação. Na Saúde ficámos a saber que deixaram de nascer crianças em ambulâncias, mas os profissionais estão descontentes (e os doentes). Na Economia é o que se sabe. Apesar da falta de oposição por parte do PSD, Sócrates não pode ainda dormir descansado. Os pequenos abalos (como a manifestação dos docentes no sábado) podem mesmo impedir a eleição de 116 deputados.

Um bom refúgio


Fica no Alentejo, quase no fim do mundo. Anda-se e anda-se e nunca mais se chega lá. "Lá" fica no distrito de Beja, a 25 km da cidade. A meio do silêncio, com lagos à volta e planícies sem fim. Uma boa piscina interior, três chuveiros à disposição (massagem, cascata e chuva). Uma opção a ter em conta para fugir à balbúrdia da cidade e ao ruído provocado pela crise, pelos políticos, pelos automóveis. É um hotel rural muito bem dotado. A visitar e demorar.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

A passividade de Cavaco

Ou Cavaco Silva intervém de forma frontal e inequívoca perante os abusos do PSD/M ou perde de vez a autoridade moral que gosta de exibir. O caso que envolve o deputado do PND na Assembleia Legislativa da Madeira está a deixar o país inteiro com a certeza de quem manda (arbitrariamente) na Região é Alberto João Jardim e os seus "capos". Deixar arrastar o problema não é solução, como não é solução colocar o representante da República - que demonstrou uma vez mais que o cargo não serve para nada - a serenar os ânimos. Afinal que PR é Cavaco que se indigna perante uma beliscadura de poder no Estatuto dos Açores mas permite que um deputado eleito seja barrado de entrar no parlamento regional? A questão já não incide sobre o facto (condenável) do parlamentar ter desfraldado a bandeira nazi no hemiciclo, mas no "poderzinho" efectivo do PSD na Madeira.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Vergonha maior


A maioria absolutíssima do PSD na Assembleia Legislativa da Madeira impediu hoje o deputado do PND de entrar no Parlamento, recorrendo a seguranças. A uma provocação estúpida o poder regional responde com a força física. Se tinham alguma razão, perderam-na. Sem mandado judicial ninguém pode impedir o acesso de um deputado eleito à assembleia.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Diplomacia

Portugal espera para ver. A agenda internacional, com a eleição de Barack Obama, vem criar uma expectativa nova. Luís Amado, no jornal das 21H da SIC-N, foi cauteloso ao comentar a vitória do primeiro negro para a Casa Branca. Lá falou da ONU e da NATO, na aliança contra os estretegas do eixo do mal. Mais, Amado disse ter a certeza que Guantánamo vai ser encerrado. Mas tal também aconteceria com MacCain e... com George W. Bush, "justiça lhe seja feita". É assim a forma de fazer diplomacia de um "país amigo". A estratégia de Luís Amado é realista. É assim que se faz política externa. Pode-se não gostar, mas é assim. Imaginem se Freitas do Amaral não tivesse abandonado o Palácio das Necessidades...

A vergonha do PND na Madeira

O deputado do PND à Assembleia Legislativa da Madeira, José Manuel Coelho, deu hoje razão a todos os que consideram Alberto João Jardim um líder democrático. Sobre isso não tenho a menor dúvida, sublinho. Jardim é consequentemente reconduzido em eleições livres e justas. Ou haverá dúvidas sobre isso? Os métodos que utiliza na presidência do governo são questionáveis, como são também os do colega açoriano, Carlos César. Lembre-se que ambas as regiões são geradoras de maior parte do emprego. (Não poderia ser doutra forma). Mas bem, o único representante do partido de Manuel Monteiro entendeu que vale tudo na luta política. Vai daí, no plenário da ALM, exibiu a bandeira nazi. A da cruz suástica. A que entronizou Hitler e assassinou milhões de judeus. Para dizer que a Madeira, Jardim e o PSD são fascistas. Aos que vão já aproveitar a boleia desse deputado, convém perguntar: há campos de concentração na Madeira? Há fuzilamentos sumários? Há um partido único? Haja paciência e algum decoro. O PÚBLICO on-line faz da notícia (e muito bem) a primeira do seu site. Aguardo pelo desenvolvimento de Tolentino de Nóbrega amanhã, no papel.

Obama


Barack Obama é o 44.º Presidente dos EUA. Uma vez mais a América surpreende, rompendo com preconceitos racistas e apostando na mudança. Contra muitas previsões, deu a resposta. Inequívoca. Sobre Obama recai não só o peso dos problemas internos, mas o equilíbrio do Mundo, enquanto tal. Sobre os seus ombros embalam toneladas de esperança e a ressuscitação do sonho americano.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Os jornalistas, as cunhas e os assessores


Gostava que a comunicação social desse eco, em letra bem legível, ao estudo de José Rebelo (ISCTE) sobre o perfil sociológico dos jornalistas portugueses, realizado desde 2005. É apresentado amanhã no Sindicato dos Jornalistas. Uma das conclusões é de que a cunha continua ter um peso excessivo no acesso à profissão. Seria muito interessante saber também quanto ganham os jornalistas e que vínculos contratuais têm. Talvez por aí se perceba porque muitos acabam por aceitar assessorias. É que a velha máxima de "amor à profissão" não paga a renda da casa nem as compras no supermercado. É que o grande problema reside mesmo aí.

Pago para pensar

Volta e meia Pacheco Pereira acorda mal disposto e... toca de zurzir nos jornalistas. A candidata que alimentou para a presidência do PSD ganhou (mal) o partido, não tem estratégia definida, mantém-se em silêncio quando tudo arde, quando fala diz asneira e depois a culpa... são dos jornalistas, que estão nas redacções e que gostam do Menezes, Santana Lopes, etc. Como se não bastasse, o ex-deputado defende a existência de um registo de interesses dos jornalistas, especialmente os que fizeram assessorias ao governo. Para saber quanto têm no banco, em casas, carros, bibiotecas, livros, etc. Pacheco, que é pago para pensar, como disse e bem Lobo Xavier, inflama-se muito com a comunicação social. Concordo com muito do que diz, mas penso que há fantasmas a mais naquela cabeça. Alimentar a polémica é reconhecer importância ao homem que quis vedar os Passor Perdidos (no Parlamento) aos media (ao mesmo tempo dava histórias à A CAPITAL). Atenção nada me move contra ele, que é pago para pensar, também com o dinheiro descontado pelos jornalistas. Alegadamente...

MacCain

Em 1969, John MacCain foi espancado por uma pequena multidão de vietnamitas, em Hanoi, após ter-se ejectado do caça que pilotava. Tinha os dois braços e uma perma partidos e outros ferimentos graves. Acabou por sobreviver mas esteve enclausurado durante cinco anos e meio. O ex-capitão da marinha dos Estados Unidos é um vencedor, tendo também já driblado a morte, depois de lhe diagnosticarem dois cancros. Num programa televisivo recente disse ser o homem mais "sortudo" do mundo e que tinha uma vida feliz. Para além do marketing, MacCain encarna, na perfeição, a imagem do herói romântico. A sua vida amorosa e as críticas ao Partido Republicano, no passado, fazem do senador a perpetuação do americano do século XX. Face a Obama tem essa vantagem. Da consistência e da experiência. Perde nas outras todas.

A pique

Não faço parte dos que, todos os dias, vão ver as audiências televisivas da noite anterior. Pouco me importa se à frente está a RTP, a SIC ou a TVI. De todas não gosto de nenhuma. Tolero a primeira. O programa Prós e Contras costumava marcar a noite de segunda-feira. Goste-se ou não da apresentadora (eu nunca apreciei o seu estilo) a verdade é que conseguia levar nomes de peso ao debate. Ontem, porém, não o conseguiu, tal como aconteceu na semana passada. Para analisar as eleições americanas, Fátima Campos Ferreira chamou as "reservas" de serviço. A não ser Loureiro dos Santos, o general que falou de levantamento de rancho há poucos dias, ninguém com interesse. Um programa como o Prós e Contras não pode resvalar desta maneira. Acontece que a arrogância cultivada por Fátima Campos Ferreira começa a não ser muito tolerada. Quanto mais alto se sobe...

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Promoção pessoal


O jornal de maior circulação do país, o Expresso, promove uma série de actores da praça na sua última edição e justifica-me, ao longo dos tempos, o motivo pelo qual deixei de o comprar (raramente o folheio, na segunda-feira). As notícias, dignas de nome, não abundam. É só promoçam pessoal. Então é assim, se cometeu um crime feio, da área penal, leia a última edição. Vai ajudar. Nas páginas centrais, vai tropeças nos advogados certos, saber o valor dos honorários, o cardápio de bandidos defendidos, tudo. Em os "Advogados do diabo", o Expresso presta um grande serviço público. Mais à frente, mas com dignidade de meia página de fotografia a cores, surge Miguel Sousa Tavares - que assina um artgo de opinião na página 5 - de peito aberto às balas, ou melhor aos piropos dos estivadores, na praça do Comércio. Em que qualidade surge este sr. a defender a frente ribeirinha de Lisboa? O jornal de "grande expressão" saberá...

À rasca

Diz-se, na minha terra, que o pão do probre quando cai ao chão, fica sempre com a manteiga para baixo. Será que nesta recambolesca história da nacionalização do BPN vão sair culpados? Já sei que vou pagar dinheiro que nunca foi meu, em nome de um estado solidário, mas ninguém foi responsável por esta situação?

Obama ou MacCain?

O mundo está sem suspenso: Barack Obama ou John MacCain? Qual deles será o próximo presidente dos EUA? As nossas vidas cruzam-se, inevitavelmente, por um destes senhores. Dependeremos das acções que um deles tomará no futuro! Porque será que as nossas vidas estarão sempre associadas à matriz norte-americana?

domingo, 2 de novembro de 2008

What a Wonderful World

Revisitando Louis Armstrong.

Altruismo

Badaró morreu. Não gostava da personagem. Nunca apreciei o estilo, o sotaque, a forma de fazer humor. Ontem a RTP1 repetiu, às 24h, o programa "Heranças d' Ouro", da RTP Memória, em que Maria João Gama entrevistou Badaró, já muito doente. Mostrou uma inteligência notável. Na própria autocrítica às suas personagens (não gostava de muitas delas). Mostrou também coragem ao revelar que a doença era para ele uma batalha e que não temia a morte. Morreu, esquecido, num hospital. O seu corpo vai ser doado, como era seu desejo, à Faculdade de Ciências Médicas.

Honrarias

Até que enfim que um jornal mostra um pouco da condição militar.

sábado, 1 de novembro de 2008

Pão-por-Deus

Era um clássico. O dia de Todos-os-Santos era para mim uma data especial. O feriado sabia bem. Eu e a minha irmã, mais velha e mais expedita, com a antecedência recomendada, pedíamos à mãe que não se esquecesse de fazer os saquinhos de pano para o "dia de pão-por-Deus". Até aos 10/11 anos não havia volta a dar: a nossa mãe dava ao pedal da máquina de costura Singer, com tampo de madeira e estrutura verde. Os saquinhos eram-nos dados a 1 de Novembro e lá íamos nós (eu atrás, porque era acanhado) bater à porta das vizinhas, repetindo, vezes sem conta a mesma ladaínha: "Pão-por-Deus". Entre um sorriso e a bonomia que marcavam aquelas velhas - católicas praticantes - lá vinha um pêro, nozes, castanhas e rebuçados. Nós ficávamos contentes. O sabor daquelas iguarias era especial. Tinha o sabor da "galinha da vizinha". Lembro-me que era a partir desse dia que lá em casa a mãe cozia castanhas com erva doce. Uma autêntica bomba para os intestinos e fazedoras de gazes intermináveis. Na Madeira, não me lembro de andarem a assar castanhas na rua. O dia de pão-por-Deus era mesmo em casa, normalmente com chuva a acompanhar.

Militares

Reacção primária ao ler as notícias de hoje: os militares que vão trabalhar! Num país em que existe um número desmesurado de generais (superior ao Canadá), que atravessa uma séria estagnação económica, em que o salário mínimo é de 425€ que querem os militares? Hospitais gratuitos para eles e para as famílas? (Contem os que existem actualmente apenas em Lisboa). Situações de excepção? Ou será que deve o Estado continuar a manter, como todas as honrarias, uma máquina pesadíssima como é a comunidade castrense? A aposta nas forças armadas passsa pela manutenção da paz em zonas de conflito, sob os auspícios da comunidade internacional. O governo só pode ser firme neste braço-de-ferro. Ai de uma democracia que se vergue aos sabores dos senhores militares.

Contador

Hit Counters