Passados alguns dias, acreditará alguém que a presidente do PSD defende mesmo a suspensão do sistema democrático? Acreditarão que queira mesmo uma ditadura? Não e não. Manuela Ferreira Leite debate-se com um problema estrutural: não quer, não deseja, nem tem paciência para esta sociedade embalada por sound bites. Ela vem do tempo em que apenas existia um canal (público) de televisão, que era comandado pelo governo. A frase que proferiu no famoso almoço não foi mais que um desabafo sobre o estado em que se encontra o país. Mas será Manuela capaz de fazer melhor? Terá paciência para negociar com os sindicados e forças vivas? Quererá aprender a comunicar melhor e a esbater o semblante pesadíssimo que imprime em todas as aparições públicas? Não me parece. Ela, o que demonstra é uma falta de jeito e uma má vontade declaradíssima em movimentar-se numa sociedade crítica e com media agressivos. Na Quadratura do Círculo de ontem, José Pacheco Pereira tentou, por outras palavras, dizer isso mesmo. Mas também ele sofre de intolerância democrática, sobretudo em relação à comunicação social, mesmo tendo razão quando diz que, na mair parte das vezes, os jornalistas não fazem o trabalhinho de casa.
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