terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Dos media, dos jornalistas, do país

Os poucos que me fazem o favor de ler neste espaço devem achar-me um radical contra a comunicação social e os jornalistas. Os que me conhecem sabem que não. Porque foi lá que "nasci" para a profissão. Por isso mesmo inquieto-me, revolto-me e enojo-me com o estado a que chegou a comunicação social. Ontem, de passagem pela SIC-N ouvi um Martim Avillez Figueiredo alterado, no seu comentário sobre as últimas do BCP. Eu, que em geral, não gosto dos seus comentários, parei o ouvi. Dizia ele que tudo se passa, naquele banco, de forma escandalosa. E que ninguém intervém! Pensei: mas onde, como e quando se intervém em Portugal? Acontecem as coisas mais mirabolantes, as trafulhices mais sujas, os negócios mais obscuros, e quase todos saem ilsesos. Chegamos a um ponto em que quase tudo se tolera, especialmente se se tratar de "peixe graúdo" em cena. Poucos, em Portugal, se demitem por terem prevaricado, desde políticos a empresários.
Mas o que têm os media a ver com isto? E os jornalistas? Investigar, denunciar, esclarecer. Tirando poucas excepções e olhando para as manchetes, está tudo dito. Temos uma comunicação social domesticada como nunca, que tem medo da concorrência, que não vai à luta, que não arrisca. E temos jornalistas que não o são. Julgam-se vedetas, contam a mesma "história" vezes sem conta para a mesma publicação e não desassossegam as "vacas sagradas" do regime. São vítimas, é verdade, de uma "fornada" que saiu das universidades para engordar redacções famintas por mão-de-obra gratuita. Mas acomodaram-se e tentam sobreviver à sombra do chefe, que usa e abusa da fragilidade dos mais novos. Ainda não percebi porque não se avança com uma ordem, associação que auto-regule a profissão. De uma vez!

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