quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

País profundo, castrador


Um homem caíu dumas escadas, em casa e passadas horas sentiu-se mal e acabou por morrer. Acontece. Se o episódio ocorresse em Lisboa, no Porto ou nas capitais de distrito, o desfecho poderia ser outro. Mas aconteceu em Castedo! Sim, Castedo, Trás-os-Montes. Às 4 da manhã a família ligou para o 112 e tudo o que se passou a seguir é lamentável. A conversa do CODU com os bombeiros, a médica da VMER de Vila Real... Surreal, abstruso, incómodo de mais para ser verdade. Isto acontece porque no Portugal profundo não há médicos, não há serviços, não há nada. Talvez no tempo do fascismo as gentes de Castedo tinham um médico a quem ligar, do tipo "João Semana". Agora têm CODU, VMER, SBV, SUB e outras siglas interessantíssimas, mas longe. Triste esta sina. Ninguém entende esta política economicista, que teima em fechar os olhos à realidade crua de um país atrasado.

Ainda ninguém me conseguiu explicar se, em determinadas situações de emergência, é melhor ter um médico por perto ou não ter ninguém?

2 comentários:

Maria Luis disse...

Sou mãe de dois bombeiros voluntários. Entristece-me que aconteçam, por vezes, situações tão dramáticas como a que aconteceu em Castedo. No entanto, lamento que sejam os meros peões deste jogo sujo que é a vida que acabem por ser apontados por (quase) todos. A falta de meios nos quartéis de bombeiros é, na maioria das vezes, inacreditável. As burocracias são impostas por leis perfeitamente inadequadas à realidade. Decerto que não são os bombeiros que as fazem, nem os operadores do CODU, mas sim os srs. que têm esse poder em suas mãos. No dia em que algum deles, ou alguém da família, fôr vítima desses procedimentos por eles impostos, pararão para pensar. Aí, talvez seja tarde. Pelo menos, para quem já perdeu a vida, já de nada adianta.

Anónimo disse...

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semelokertes marchimundui

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