quarta-feira, 9 de julho de 2008

A dor do PM e o Correio da Manhã

Para mim o Correio da Manhã é um jornal sensacionalista (ponto). Leio-o por dever de ofício, mas sei o tipo de jornalismo que por lá é feito. Nos últimos dias o jornal tem dedicado parte do seu noticiário ao estado de saúde do irmão do primeiro-ministro, transplantado a um pulmão num hospital da Corunha. O assunto é notícia? É! O CM acompanha o caso com destaque, mostrando a vertente humana e emotiva de José Sócrates. Todos nós, humanos, têmo-la também. O que não cheira bem nesta história, nem para o CM nem para o PM é alimentarem uma dor pessoal, íntima. O CM exagera e o PM deixa que tal aconteça. Em situações normais o que deveria acontecer seria o jornal questionar a ministra da Saúde porque motivo tem um cidadão nacional de ir a Espanha fazer um transplante, sabendo-se que em Portugal há serviços para esse fim? Em 2002 escrevi um artigo extenso sobre o "estado dos transplantes". Fiquei siderado: aos pulmões a taxa é quase nula, por variados motivos. Disse-me na altura o responsável máximo pela organização de transplantes que só não se faziam mais em Portugal por falta de vontade política e porque os médicos não queriam. O sr. já faleceu. Chamava-se Mário Caetano Pereira e era... médico.

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