sexta-feira, 4 de julho de 2008

Hora de comunicar

Não vi as entrevistas de Manuela Ferreira Leite nem de José Sócrates, esta semana, a duas televisões. Mas pelo que leio, nenhum teve um rasgo ou uma prestação excepcional. Foram cautelosos, o que se compreende, observando a difícil conjuntura internacional. Neste jogo pré-eleitoral Sócrates tem mais a perder, porque é ele que governa. A crise externa não explica tudo. É possível fazer mais e melhor, com poucos recursos. Os bons governantes vêem-se na hora do aperto: é como governar uma casa com 500€/mês. Tal e qual. O governo pode fazer melhor na saúde, na educação, na rentabilidade dos serviços públicos, no anúncio de medidas que mostrem que está preocupado em reduzir a despesa, mesmo nas mais insignificantes. Chamar-me-ão demagogo, mas temos de começar por algum lado: porque motivo chefes de gabinete, directores-gerais, adjuntos e nalguns casos assessores têm direito a carro com motorista, para os ir por e buscar a casa? Porque motivo secretários de estado e ministros têm carro com gasolina paga nos fins-de-semana de lazer? Seria ridículo ver um responsável chegar para uma reunião no Palácio de Belém, vindo de eléctrico, mas porque não dão o exemplo e se fazem transportar na rede pública, nos táxis. O pior é começar. Com a escalada dos preços dos combustíveis e com os apelos à utilização de transportes públicos, por que raio tem de andar com motorista gente que foi apenas nomeada para exercer um cargo temporário? Garanto-vos que não é inveja. Façam as contas.
Na hora de pagar a conta do supermercado, a gasolina, os livros escolares e a consulta médica, o povo vai decidir. E aí Sócrates vai ser mais recordado que Ferreira Leite. De certeza.

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