terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Mário Crespo no seu labirinto


Que fique bem claro: nada tenho contra Mário Crespo. Não o conheço. Apenas da televisão e como jornalista. Reconheço-lhe, na minha modesta sabedoria, virtudes e profissionalismo, mas começo também a ver que ele se vangloria, qual bebedeira, à volta das suas próprias palavras. Entrevistou ontem Luís Gomes. Vi apenas a ponta final do programa. E não queria acreditar. Crespo questionou o homem que tomou conta de Esmeralda até há pouco tempo no sentido de saber se a menina estava a ser medicada. Que não, disse o sargento. Crespo sacou das suas cábulas para dizer que sim. Referiu o nome do medicamento, prescrito por uma pedopsiquiatra. Pensei, como provavelmente todos pensaram: Luís Gomes está a esconder um facto importante! Não. A menina tomou o tal medicamento, mas já não o toma. (É a partir daqui que entra o espectáculo, a procura de sangue televisivo.) Não satisfeito, Crespo insiste na discussão farmacológica, questionando o seu convidado se considera normal Esmeralda ter tomado um medicamento cuja literatura desaconselha a administração a menores de 15 anos. Atónito, Luís Gomes insiste que foi receitado por um médico e que ele não é especialista para se pronunciar.

Pergunto: Mário Crespo não vê que faz uma péssima figura ao tentar aferir a eficácia da toma de medicamentos? Não estará a imiscuir-se numa discussão que não é jornalística, que foi hiper mediatizada e comprada pelos media? Que mais-valia traz isso ao processo? Que importância tem o seu último comentário, de que não queria ser juiz daquele caso... Efectivamente um mau serviço à comunicação social.

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