Foi com desconfiança que comecei a ver a entrevista que Miguel Sousa Tavares (MST) deu à SIC-N. Julguei que se fosse pavonear, mandar umas "bocas" e auto-promover-se. Enganei-me. E ainda bem. MST deu uma brava lição aos pacóvios nacionais que fazem da inveja, da coscuvilhice, da opinião rasteira e interesseira, uma forma de vida. A parte mais interessante, para mim, foi quando opinou sobre o estado a comunicação social na actualidade. De frente a Ana Lourenço (que se conteve o tempo todo...) desancou, positivamente, nas televisões, no modo de fazer entrevistas, do protagonismo de alguns jornalistas (que se substituem às suas próprias reportagens), à forma como os jornalistas recém-licenciados são atirados às feras, auferindo ordenados de miséria, fazendo "fretes" ao chefe e aos anunciantes publicitários. MST disse o que o jornalista assalariado não pode dizer: que os interesses comandam, que o jornalismo em Portugal estás desprestigiado e que, nos anos 80, fazia-se melhor. Estou a ver o Pulido Valente a verberar, entre mais um trago: "este tipo morde a mão que lhe deu de comer". Existissem mais MST. O que ele diz, por que tem disponibilidade financeira, enfurece muita gente. Ontem, pela primeira vez, concordei com ele de princípio ao fim.
2 comentários:
foi pena que limitasse a exploração à televisão. na imprensa passa-se o mesmo e ele diz que se faz por lá melhor jornalismo do que no passado, o que nem sequer é verdade
Eu concordo com o que ele disse face à TV. Também falou da imprensa em geral. Quanto à qualidade dos jornais prefiro a do passado, confesso, mas também foi necessário fazer uma limpeza de uns quantos esquerdistas radicais e fascistas que por lá andavam.
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