segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Mário Casagrande (II)

Deveria ter uns 14 anos quando, na missa das 20h da Igreja do Colégio, o pe. Mário Casagrande fez a sua homilia baseada na história, verídica, de uma jovem estudante, que engravidou, motivando a ira dos pais. Não consigo reproduzir exactamente o episódio. O que sei é que prendeu a atenção dos presentes, que, em silêncio e comovidos, escutaram mais um lição de bom senso daquele homem alto, de cabelos brancos, de gestos simples e afáveis. Ao que parece a rapariga em apuros recebeu um convite para sair de casa, por ter prevaricado. Numa terra fervorosamente católica como a Madeira essa era a atitude mais esperada perante a "vergonha". O pe. Mário falou com os pais e levou-os a reconsiderar, afirmando que a filha precisava de ser amada e acarinhada, mais que nunca. A forma como desenvolveu o enredo foi notável. As palavras incisivas e certeiras. Naquela tarde/noite de domingo, aquele homem marcou-me pelo seu estilo genuíno, pela forma como encarava e entendia as pessoas. Falava uma linguagem que eu percebia. Tivesse a Igreja mais sacerdotes como Mário Casagrande.

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