sexta-feira, 25 de julho de 2008

A vidinha (triste) da nossa Imprensa

Nem é necessário folhear com cuidado a Imprensa portuguesa, nem estar atento ao que se passa nos canais televisivos, para adivinhar os grandes temas do dia. É já quase um exercício diário eu “bater” no “ceguinho” de eleição deste blogue. Na verdade custa-me viver sem os media e não consigo abdicar totalmente da sua companhia, mas incomoda-me o caminho que seguem há uns anos para cá. Ontem o tema do dia voltou a ser Maddie. Gonçalo Amaral, limpinho, arrumadinho, acarinhado agora pelos mesmos que o trataram como um “reles” funcionário público esteve na SIC e na RTP para falar dos “factos que estão no processo”. Aparentando cuidados com a sua imagem (mudou de gravata e penteou-se), discorreu sobre a sua teoria – com muitos “alegadamentes” pelo meio – de que a menina britânica está morta e de que os pais foram responsáveis pelo desaparecimento do corpo. Amaral é livre de escrever sobre as suas investigações, como os McCann também o são de o processar por danos morais. Estes relacionamentos mediáticos são irritantes. De besta, Gonçalo Amaral, passou a ser bestial. Do homem sorumbático, com hábitos estranhos e apreciador de almoços longos e bem regados, passou a ser o novo justiceiro português. Os media têm o dom de também formar as pessoas. Infelizmente, como também no caso da pequena Esmeralda, têm sido de uma parcialidade horripilante. Uns mais que outros, mas todos meteram “argoladas”. Agora não se admirem de serem chamados à Justiça. Uma coisa é investigar, cruzar informação, comparar, estudar e depois publicar. Outra é, pela rama, dar à estampa suposições. Mas é assim (em quase todo) o nosso jornalismo actual. As notícias são repescadas, as manchetes repetidas.

PS1: Ainda hoje o Expresso on-line noticia, como “exclusivo” uma notícia que faz manchete no Diário Económico…de hoje. O comatoso Semanário Económico destaca uma informação de dias… Enfim, é esta a nossa Imprensa.

PS2: Aplauso para a excelente série "Conta-me como foi", a passar em horário nobre, todos os dias na RTP1. Em reposição, mas deliciosa. A ver!

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