Conheci o comendador em 1994, no Monte Palace. Cheguei cedo a uma cerimónia anual que realizava nos jardins do antigo hotel do Monte, para os bolseiros da sua fundação. O comendador veio-me cumprimentar e eu aproveitei para trocar uns dedos de conversa com ele. Homem alto, reservado, bem vestido, tinha dificuldades em articular o inglês e o português. Comunicava com dificuldade. As palavras enrolavam-se na língua. Por isso era discreto, não dava entrevistas. Vi um homem introvertido, distante. Levou-me a conhecer a exposição de porcelanas (lindíssimas) que tinha na quinta e que nas suas contas rondavam, à época, 6 milhões de contos. Disse-me logo não saber quanto dinheiro tinha no total. Só o queria para investir, disse-me. O comendador lá me deixou para ir receber os estudantes universitários (que tendo nota superior a 14 valores tinham direito a 6 contos mensais da sua fundação). Fiquei com a ideia de um homem recatado. De negócios. Num golpe de marketing o homem que não se deixava entrevistar não vira a cara às câmaras (suga-as), às declarações mais díspares. Tem-me feito pensar numas palavras que me disse Almeida Santos: "Qualquer um pode colocar-se em cima de um caixote na rua e dizer os maiores disparates. Estamos em Democracia". Aguardo as cenas dos próximas episódios.
sexta-feira, 31 de agosto de 2007
quinta-feira, 30 de agosto de 2007
Para descansar

Chama-se Docas do Cavacas e é um sítio singular. Fica junto à conhecida Praia Formosa, no Funchal, a 10 minutos do centro. São duas piscinas naturais, muito concorridas, que também convidam a um mergulho no Atlântico. À volta existe um restaurante pitoresco e uma marisqueira badalada. Atravessando um pequeno túnel pedonal está-se na Praia Formosa, onde há também uma excelente esplanada de madeira. Um delite para a vista. Um descanso para a alma. Se lá forem não se esqueçam desta autêntica varanda à beira-mar.
PS: Onde está o melhor prego de Lisboa?
quarta-feira, 29 de agosto de 2007
Barbie

Há uns anos atrás levantei o sobrolho quando o chefe de redação do DN Madeira me incumbiu de fazer um trabalho sobre a Barbie. Isso mesmo, a boneca. Para publicar numa edição de Natal. Quando me lancei à missão constatei a importância do tema. Pesquisei (não havia Google), fui às lojas saber quais os modelos preferidos, o nível de vendas, falei com educadores e psicólogos. Bem ou mal escrito, o trabalho da Barbie tinha um fio condutor, uma história que interessava a milhares de pais.
Na época de Verão, lembro-me de ter calcorreado freguesias do norte da ilha, onde fizemos reportagens com as forças vivas, sobre os costumes, que motivaram comunicados políticos de crítica.
Não entendo este medianismo.
PS: continuo à espera sugestões para o post anterior.
terça-feira, 28 de agosto de 2007
O melhor prego de Lisboa, onde está?

sexta-feira, 24 de agosto de 2007
Espelho

quinta-feira, 23 de agosto de 2007
Os miseráveis

segunda-feira, 20 de agosto de 2007
Tudo bem...(2)
Até agora e a ver, só vêm boas notícias da Câmara Municipal de Lisboa, liderada por António Costa. A isto se chama ter boa imprensa. Manchetes não lhe têm faltado. Favoráveis, acrescente-se. Onde estão os "zés"?
Tudo bem...
Agosto. Mês de férias. Pouco calor. Poucos fogos. Notícias....nada! Grande Imprensa, a nossa. Ao ler a entrevista de Mário Crespo ao DN de hoje, consolidei a ideia que tenho do jornalismo actual: pobre, fraco em iniciativas, acomodado. O homem diz uns nomes que o tentaram tramar, fala dos maus assessores. E daí? Que diz MC de novo, de pedagógico? Zero! Se bem me lembro foi este o sr. que queria, alegadamente, dinheiro para escrever (esporadicamente) uma coluna num semanário muito pequenino. Interessante! Quando chegamos à época em que o jornal de "grande expressão traz como manchete um tema estafato semanas anteriores por quase todos os jornais..."
sexta-feira, 17 de agosto de 2007
Inveja - arte suprema

terça-feira, 14 de agosto de 2007
Something

Pobre país

No "rectângulo", apenas gosto de praia no Algarve (nalgumas zonas menos estafadas). As teorias dos bons areais a norte, dos benefícios do íodo, etc. não me convencem. A água é gelada, o vento, quase sempre presente, desconfortável... Pronto, sou comodista. Em recente incursão por algumas praias da Costa fiquei desagradado. Areais extensos, maltratados, ventosos, pouco acarinhados. Os serviços de apoio (?) são tão pobres, tão "tascas ranhosas" que demoveram-me de pedir uns petiscos. A nossa costa está rasca. Alguém me recomenda uma boa esplanada (ou restaurante) à beira-mar na zona de Lisboa e arredores? Eu não conheço. Os comerciantes preferem manter as velhas barracas a apresentar um serviço competente, higiénico e sério no preço. Um filme de terror que mostra outra faceta pobre do nosso país. A falta de empreendorismo, a aposta na qualidade. Minha querida praia Formosa (com o seu calhau) meu querido Lido, Ponta Gorda... E as lapas? E o bolo do caco com manteiga de alho? E a imperial com um "dentinho"?
quinta-feira, 2 de agosto de 2007
Sábado - uma desilusão
Há já muito tempo que não sinto aquela vontade de chegar a quinta-feira para ter a VISÃO e a SÁBADO em cima da secretária. Falarei, agora, apenas da segunda. Uma desilusão que se vem a arrastar. O número de hoje é de uma pobreza tal, que quase todos os temas, ficariam melhor na Nova Gente. Falam de montes e hóteis no Alentejo. Os mesmos de todas as revistas, onde se alugam quartos aos módicos preços de 170€/noite, isto é, acessível, à maioria da bolsa dos portugueses. (Os tais que recebem jornalistas em troca de publicidade...). Há uma entrevista ao Spielberg, publicada na Rolling Stone de Maio (?), uma entrevista de vida ao António Calvário, um questionário ao Hélder Amaral (sabem quem é, o que faz?) e para finalizar uma novidade: a SÁBADO acompanhou os úlimos dias da vida de Elvis. Um mimo. Continuem...
Nostalgia?

Este é um blogue de coisas mais ou menos íntimas, apesar de me fugir o dedo para os factos da actualidade. Recebi um e-mail de uma amiga da Madeira (ex-colega no DN) que me questionava se não estava, ao escrever sobre factos passados, nostálgico? Saudoso? Apeteceu-me revisitar arquivos da minha menória. Foram oito anos de jornalismo muito activo, dois dos quais numa terra "quente" em notícia, como é a Madeira. Deu-me imenso gozo e, volta não volta, exercito a cabeça e debito para aqui umas histórias que, provavelmente, só têm piada para mim. Não escrevo por vaidade. Gosto! A "ilha" é um território especial, sui generis, em que, quer se queira ou não, o principal tema de conversa é o Alberto João. Em especial no mundo dos jornais. Ele domina, ele dá as notícias, ela faz a festa. E há também o lado contrário. Menos bom. Apanhei-o, algumas vezes emotivo. A terra está-lhe no sangue e eu, caloiro, quis fazer um trabalho, em 1993, para a Revista sobre o "Outro lado das inaugurações". Questionei-o numa tasca, julgo que no Curral das Freiras, sobre o que sentia ao ver ali, aquela gente de fato domingueiro, a elogiarem a obra, a perguntarem pela mulher, pelos filhos... As lágrimas surgiram contidas. Sugeri a continuação da conversa para outra inauguração - havia duas por dia, por norma a anteceder eleições.
É por isso que quando vejo tanto palpite sobre a Madeira e o seu líder, penso para mim: estes tipos ainda não perceberam nada. O "cheiro a pólvora", como AJJ diz, excita-o!
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