quinta-feira, 31 de julho de 2008
Mais à esquerda é impossível
Enigma

Foto: BLIC.CO.YU in El Mundo.Es
Cavaco abandona?
Cavaco Silva poderá estar de saída do Palácio de Belém. Diversas fontes amigas têm sublinhado que, nas redacções e em surdina, fala-se de que Presidente da República prepara, há já algum tempo, a sua renúncia ao cargo, por motivos de doença. Nada foi, contudo, confirmado. Falando de cenários e a acontecer a saída de cena de Cavaco será uma machadada séria em tempos conturbados. Cavaco conseguiu granjear a simpatia e até apoio da generalidade da população e forças vivas. A realizar-se este hipotético abandono quem se perfilhará para lhe suceder? Tanto a direita como a esquerda terão muitas difuldades em apoiar um candidato consensual: será que Alegre arrisca de novo? Júdice pelo centro-direita?
terça-feira, 29 de julho de 2008
Sensaborona
Tem um ar cândido, doce até, mas não seguro. Porta-se bem, responde com parcimónia, fala baixinho e não levanta ondas de maior. É assim a ministra da Saúde, Ana Jorge. Com "panihinhos quentes" e uma assessora de imprensa eficiente defende o SNS até à morte, mesmo sabendo que as "coisas" não vão bem. Num país do "deixa andar" esta ministra encaixa bem. Dá entrevistas "levezinhas" e não chateia. É como o paracetamol. Quase todos o podem tomar...
Facto do dia
"Sargento Luís Gomes dá autógrafos em feira de enchidos" - in SOL on line. Comentários porquê e para quê?
segunda-feira, 28 de julho de 2008
Costa de Caparica
sexta-feira, 25 de julho de 2008
A vidinha (triste) da nossa Imprensa
PS1: Ainda hoje o Expresso on-line noticia, como “exclusivo” uma notícia que faz manchete no Diário Económico…de hoje. O comatoso Semanário Económico destaca uma informação de dias… Enfim, é esta a nossa Imprensa.
PS2: Aplauso para a excelente série "Conta-me como foi", a passar em horário nobre, todos os dias na RTP1. Em reposição, mas deliciosa. A ver!
A sina de se chamar SÁBADO
A revista SÁBADO chegou para destronar a acomodada VISÃO. Daí para cá tem sido um “vê se te avias” de quem consegue mais audiências. Na última edição, a SÁBADO faz manchete com o sugestivo título de “Médicos viciados”. Uma delícia. Ler a “reportagem” é um acto heróico para o leitor mais exigente. A pobreza dos factos apresentados nem daria para o mísero 10 com que muitos alunos escapam às orais da faculdade. A revista lança a suspeita, generalizada, sobre uma classe hiper-corporativa, sem brio, atabalhoadamente. Fala de um cirurgião que opera bêbado, dando umas pistas miseráveis sobre quem possa ser. São páginas triviais que não vem acrescentar nada de novo em que o cuidado maior é produzir os prós e os contras das substâncias inseridas por alguns clínicos. Num país à séria a revista teria de se explicar às autoridades competentes. O erro não está em denunciar, está em apontar o dedo, baseado num manto de retalhos. Eu, como muitos, gostava de saber em que zona do país está o maior número de médicos “perigosos”. Em que concelhos, em que faixas etárias, etc. Já agora lanço o desafio: e que tal a SÁBADO fazer uma reportagem alargada no “Snob”, a partir da 1 da manhã. Pode ser em qualquer dia da semana. Garanto que vai encontrar muito viciado…em jornalismo e noutras coisas.
quinta-feira, 24 de julho de 2008
"Afinal a juíza é mesmo minha amiga"
Este é o título de um trabalho da Ana Bela Ferreira no DN de hoje. É um exemplo de péssimo jornalismo. A frase é imputada à menor Esmeralda Porto, alvo de disputa entre os pais afectivos e o pai biológico. Nenhum órgão de comunicação social deve tomar partido desta forma. A frase, para mais, não foi dita pela criança à jornalista, mas sim à mãe afectiva, que por sua vez contou ao marido... e este soltou-a para os media. Lamentável.
CPL(quê)?

quarta-feira, 23 de julho de 2008
In dubio pro reo
É uma das frases tutelares do Direito. "In dubio pro reu": na dúvida absolve-se. Não poderia ser de outra forma. Por mais que custe é melhor soltar um criminoso que manter preso um inocente.
No caso de Madeleine McCann muito se diz, se escreve, se teoriza. Por mais arreliador que seja para nós todos o desaparecimento da criança, não pode a Justiça seguir outra via que não seja o de arquivar o processo. Quase nada aconteceu de palpável, de consistente. O que não implica que a investigação policial tenha sido bem feita. Muitas dúvidas pairam no ar. O ex-pj Gonçalo Amaral vai lançar um livro sobre a sua verdade dos factos. O ex-responsável pela investigação do caso põe no texto o que não disse aos mais altos dignatários da Nação. Disse-o, talvez, aos seus superiores hierárquicos, mas numa história que "apaixonou" a opinião pública mundial, uma carta certeira escrita ao PGR ou mesmo ao PR não tereria eco? Fica a dúvida, na certeza de que o livrinho vai ser dos mais vendidos do ano.
O facilitismo da SIC N
Venha o canal de notícias da TVI. Não que tenha esperança de que muito vá mudar para melhor na oferta noticiosa televisiva, mas há mais uma opção. Pelo menos isso. A Opinião Pública de hoje de manhã da SIC N foi dedicada a... João Vieira Pinto. O homem pendurou as chuteiras e por isso tem direito a uma hora de comentários. Não havia mesmo necessidade. É que na entrada para férias ainda há umas notícias (fraquinhas) que podem ser exploradas: a detenção de Karadzic, a visita do mais democrata presidente venezuelano a Lisboa que, por mero acaso, acontece hoje. Será que o meu amigo António José Teixeira anda a dormir? Ou será que o convenceram de que a malta (povão) quer mesmo é futebol?
terça-feira, 22 de julho de 2008
Alípio, o retaliador
Alípio Ribeiro, ex-director da Polícia Judiciária vem agora dizer que o processo de Madeleine McCain, encerrou "cedo". Isto é, não deveria ter sido arquivado. Ou este sr. andou a brincar quando comandava a "Judite" ou toma-nos por parvos. Em que ficamos, sr. procurador? Quer uma retaliaçãozinha? A vingança é um dos oito pecados mortais...
O carniceiro
A História mundial está pejada de bandidos, de personagens más, mesquinhas, doentias, que cometem durante períodos mais ou menos longos atrocidades inenarráveis e mórbidas. Após Hitler, a Europa encontrou uma dessas bestas, de seu nome Radovan Karadzic, que semeou o terror na ex-Jugoslávia, entre 1992-1995, tendo sido o arquitecto do massacre que matou 8 mil muçulmanos em Srebrenica. Cobarde, tal como Hitler, andou a monte desde então. Após treze anos de fugas tipo gato e rato, deitaram-lhe a mão, em boa hora. Este médico carniceiro vai ser responsabilizado pelo TPI. Aguardamos castigo exemplar. Se se redimir, melhor, mas Karadzic já vez saber que se vai manter em silêncio, como todos os ditadores, que só executam com as costas bem guardadas.
quinta-feira, 17 de julho de 2008
Náusea

As confissões de Fátima
Fátima Campos Ferreira dá, esta semana, uma grande entrevista à revista Tabu, do semanário SOL. "Intimidades" revela-lhe um destaquezinho da deliciosa prosa: "Devo meter medo a muita gente. Um convidado já me disse: 'Quando a senhora olha para nós... até tremo'". Paradigmático.
quarta-feira, 16 de julho de 2008
Roupa suja
Se algum dia me candidatasse a um cargo público teria, primeiro, de fazer um exame introspectivo a tudo que se tinha passado na minha vida: se fui multado por conduzir bêbado, se roubei um chocolate no supermercado, na idade da parva, se atirei uma pedra a um menino quando tinha 5 anos, etc., etc. Só depois de esse registo íntimo e pessoal e, também, com o criminal na mão, avançaria. Todos teriam de saber se “pequei”, se fumei erva ou se andei de chupeta até aos 10 anos. Feita a revelação pública, ninguém poderia criticar-me. Estava “limpinho”. O que parece não ser o caso do famigerado bastonário da Ordem dos Advogados. Marinho Pinto, ex-jornalista, atira em tudo o que mexe. Faz alarido na praça pública, chama nomes feios e diz, por outras palavras, que há máfia, na OA. Segundo o DN de hoje, Marinho, eleito como “advogado de província” também comeu do “bolo” da formação ao ter sido, ele próprio, formador de estagiários de Coimbra. Mais, salvaguardou 40 mil euros, como subsídio de reintegração após a saída da ordem. O “provinciano” não brinca. Nesta história toda há a reter dois factos: quem tem telhados de vidro não atira pedras aos outros e o que pareciam ser denúncias graves e sustentadas, afinal e até aqui, não têm passado de..ar. Quem disse que os provincianos não são (também) uns artistas? Alegadamente, sr. Bastonário.
Mediocridade nacional
Os jornais têm vertido muita tinta com o doutoramento do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais. Em causa está a composição do júri de exame, que congrega dois sócios de escritório. É lamentável que alguém permita que isto aconteça. Desacredita o próprio Carlos Lobo, os sócios/professores e as universidades. O problema não está no facto do homem estar agora no Governo, mas na mediocridade da nossa sociedade, bem vincada neste caso. Mas entra na cabeça de alguém que o júri será imparcial? Não podemos resumir o assunto ao simples facto de saber se o homem é ou não capaz de se doutorar. Acredito que sim. Mas os métodos, por mais pinos que dêem, estão viciados. A publicidade só acontece porque Lobo é secretário de Estado. O que mais me incomoda é que situações como esta existem aos molhos neste país, em que quem conhece alguém tem sempre uma safa. Nem que seja amigo do amigo… A reter.
Pelo cano?
João Adelino Faria vai sair do Rádio Clube Português. O ex-pivot da SIC N está de malas aviadas para a RTP N, onde será – tenho a certeza – uma excelente mais-valia. Mas parece que não sai só: outros jornalistas vão bater com a porta. Em tempos, fonte amiga confidenciou-me que onde o Luís Osório (director do RCP) põe a mão há desgraça. Parece que a sina se vai repetir após o falhado projecto de reabilitar A CAPITAL. Osório, segundo a mesma fonte, tem “costas largas”. Confesso não saber de quem. Mas na verdade acaba sempre em mais um projecto para…arruinar.
terça-feira, 15 de julho de 2008
E a montanha que pariu um...?

segunda-feira, 14 de julho de 2008
A ironia de Jaime Gama

Elucidado

Poderá ser (mesmo) um caso sério

sexta-feira, 11 de julho de 2008
Os devaneios da SÁBADO
Pela ganância das audiências, pela doidaria de querer ultrapassar a VISÃO a tudo o custo, a revista SÁBADO de 3 de Junho, trazia uma carta do leitor interessante. Eu gosto de ler as "cartas dos leitores", a voz do povo, o pulsar livre da malta, publicada nas primeiras páginas das revistas. Um senhor, Mário Ferreira de seu nome, malhou forte e feio na publicação do eng. Paulo Fernandes - o que detém também o campeão Correio da Manhã. Dizia o sr. Ferreira que a SÁBADO tinha mentido. Porquê? Porque pagou publicidade da sua empresa naquela edição e na folha anterior vinha uma crítica velada à dita. Confusos? Não. Eu explico: em mais um famigerado roteiro de Verão, a SÁBADO aconselhou os seus leitores a não frequentarem os cruzeiros Douro Azul. Antes, contudo, o seu proprietário desembolsou uns valentes milhares de euros para anunciar as virtudes da Douro Azul. A que isto chegou?
Quem paga?

quarta-feira, 9 de julho de 2008
Circo, dêem-nos circo!

A dor do PM e o Correio da Manhã

sexta-feira, 4 de julho de 2008
Não há volta a dar
Desisto: em Lisboa são contados pelos dedos (de uma mão) os locais que ofereçam ar livre, conforto e limpeza. É um stress saír de casa para beber uma bebida qualquer num sítio agradável. Os jardins estão porcos, são mal iluminados, os miradouros, também. Um pouco de esforço por parte da câmara municipal e dos comerciantes e talvez pudéssemos permanecer um pouco mais ao ar livre, nestes agradáveis fins de tarde. Um local digno, que recomendo é a cafetaria do Museu Nacional de Arte Antiga. Como não há bela sem senão fecha à segunda e só abre terça às 14h. Fecha às 20h. Vale a pena.
Hora de comunicar
Não vi as entrevistas de Manuela Ferreira Leite nem de José Sócrates, esta semana, a duas televisões. Mas pelo que leio, nenhum teve um rasgo ou uma prestação excepcional. Foram cautelosos, o que se compreende, observando a difícil conjuntura internacional. Neste jogo pré-eleitoral Sócrates tem mais a perder, porque é ele que governa. A crise externa não explica tudo. É possível fazer mais e melhor, com poucos recursos. Os bons governantes vêem-se na hora do aperto: é como governar uma casa com 500€/mês. Tal e qual. O governo pode fazer melhor na saúde, na educação, na rentabilidade dos serviços públicos, no anúncio de medidas que mostrem que está preocupado em reduzir a despesa, mesmo nas mais insignificantes. Chamar-me-ão demagogo, mas temos de começar por algum lado: porque motivo chefes de gabinete, directores-gerais, adjuntos e nalguns casos assessores têm direito a carro com motorista, para os ir por e buscar a casa? Porque motivo secretários de estado e ministros têm carro com gasolina paga nos fins-de-semana de lazer? Seria ridículo ver um responsável chegar para uma reunião no Palácio de Belém, vindo de eléctrico, mas porque não dão o exemplo e se fazem transportar na rede pública, nos táxis. O pior é começar. Com a escalada dos preços dos combustíveis e com os apelos à utilização de transportes públicos, por que raio tem de andar com motorista gente que foi apenas nomeada para exercer um cargo temporário? Garanto-vos que não é inveja. Façam as contas.
Na hora de pagar a conta do supermercado, a gasolina, os livros escolares e a consulta médica, o povo vai decidir. E aí Sócrates vai ser mais recordado que Ferreira Leite. De certeza.
Na hora de pagar a conta do supermercado, a gasolina, os livros escolares e a consulta médica, o povo vai decidir. E aí Sócrates vai ser mais recordado que Ferreira Leite. De certeza.
quinta-feira, 3 de julho de 2008
O céptico mor e a imprensa dócil
Henrique Medina Carreira é o mais cépitico dos portugueses. Ex-ministro das Finanças, advogado e não economista, como muitos dizem, passa o tempo a verberar contra as "trapalhadas" dos políticos, jornalistas, economistas. O homem é visceral, azedo. Sempre o foi. Por isso ainda "vende". O seu pensamento é conhecido há décadas, mas a Imprensa (alguma) teima em dar-lhe palco na esperança de mais uns pontos na audiência. Ontem, no Negócios da Semana, da SIC N, José Gomes Ferreira, subdirector de Informação da SIC, ouviu das boas. Medina Carreira era seu convidado mas não se coibiu de malhar forte e feio na comunicação social que dá tempo de antena "aos ministros que nem sabem articular palavras" e só dizem "disparates". Vocês, rematou Medina Carreira, "gostam deste espectáculo": ao vivo e em directo.
quarta-feira, 2 de julho de 2008
O pesadelo
Ler alguma imprensa e ver os noticiários das nossas televisões é um autêntico acto de coragem. O Correio da Manhã, por exemplo, é o recordista na propaganda da desgraça (vende bem). Folhear o jornal causa dores de cabeça, angústia, stress, ansiedade e, se for de noite, insónias. Ele é facadas, tiros, acidentes. Tudo relatado ao pormenor. Quando não há fotos, faz-se um desenho para ilustrar a cena. Se o CM exagera neste género jornalístico(?) paupérrimo, os restantes também dão grande cobertura ao que é negativo. Não haverá notícias agradáveis sobre este país?
Portugal perdoa dívida de 250 milhões a Moçambique
Portugal acabou de perdoar o insignificativo montante de 250 milhões de euros a Moçambique, antiga colónia. Porquê? Apoiar o esforço de desenvolvimento? Interessante a nossa política de Cooperação.
O público e o privado

Não baixem o IVA, aumentem!
O governo de José Sócrates deu, provavelmente, o maior tiro no pé ao reduzir o IVA de 21 para 20%. São impulsos demagogos que devem ser maturados antes de anunciados. Como se constata a descida em nada altera a nossa vidinha e funciona como um placebo, um doce amargo em período pré-eleitoral. Eu sou dos que defendo o aumento da carga fiscal ou então de uma contribuição fixa ao Estado para garantir os mínimos dos mínimos. Se me derem em troca escolas e hospitais funcionais, serviços com altos padrões de qualidades, incentivos à formação e à compra de casa, salário justo, não me importo de dispender mais. Se não são capazes de gerir o dinheiro colectivo então entreguem-me os 11% da segurança social e IRS, que eu me arranjo no privado. E garanto que ainda poupo muito dinheiro.
terça-feira, 1 de julho de 2008
Queres dinheiro, não (vás) ao Totta
Portugal adia-se, hipoteca-se diariamente. A economia não descola. O país está nos piores lugares das estatísticas em quase tudo: na carga fiscal, na educação, na saúde, na precariedade laboral, no endividamento das famílias. O que pagamos de impostos não retorna em bons serviços, em boas infra-estruturas. Todos falam, todos analisam mas poucos fazem reformas sérias. Quando leio que Portugal compete, fiscalmennte, com os países de leste, entristeço-me. É fraco demais. Tudo é muito rasteiro, muito superficial. Acho que a núvem depressiva está a atingir-nos como nunca. Assim não vamos lá...
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